sábado, 9 de abril de 2011

Fica mais fresquinho!

Olha quem voltou... Há quanto tempo! Eu bem que tenho tentado falar convosco, mas têm-me virado sempre a cara, vá-se lá saber porquê. Estão bons? Hm hm... Claro, claro. Vá, já chega, não sou nenhum ombro amigo para chorarem, se quiserem pagam 50 euros à hora e aí até o ranho vos limpo com muito carinho. Estava eu a ver o Sócrates a perguntar se ficava melhor para aqui ou para ali, quando fiquei cheio de calor (não pelo facto de estar a ver o senhor na televisão, entenda-se. Já não fazia um parêntesis desde 1973, até que soube bem). Chamei a Adriana Lima e pedi-lhe, aliás, ordenei-lhe para ligar o ar condicionado e trazer-me uma limonada de laranja. Ela disse-me que não podia ser, porque não tínhamos pago a luz (daí estar a ver televisão à luz da lareira e ter ficado cheio de calor) e que não dava para fazer limonada de laranja. Dei-lhe uma bolachada, pu-la fora de casa e chamei a Rita Pereira (sim, cedi. Ela insistiu tanto em vir viver comigo sem me conhecer que tive de aceitar). "Rita, faz-me uma limonada de papaia e vai roubar a ventoinha a pilhas do vizinho do 5º esquerdo, se não te importares. Se te importares, vai na mesma, que gosto de te ver contrariada." Lá foi ela tratar dos recados, voltando ofegante e sem um braço que o vizinho tinha conseguido cortar a tentar evitar que roubasse a ventoinha. Podia ter sido pior. Liguei a ventoinha e ali fiquei, a olhar para a lareira enquanto levava com a suave brisa tempestuosa. Daí a umas horas, a Rita, já com o curativo feito no coto do braço cortado, abraçou-me (não sei se posso dizer que me abraçou, porque costuma dizer-se isso para pessoas com 2 braços) e disse: deixa a ventoinha ligada e vem dormir, porque assim amanhã a sala está fresquinha. "Oh minha centopeia felpuda, quem é que te disse essa barbaridade?", perguntei. "Ah, a senhora do 3º direito, que deixa a ventoinha ligada todos os dias para refrescar a casa." Porque é que as pessoas têm esta mania? A ventoinha só serve para convergir ar para o nosso focinho, mas este continua à mesma temperatura... Aliás, já dizia a minha professora de Inglês (ou seria a de Fisico-Quimica? Não me lembro.) "se deixarmos uma ventoinha ligada dentro de um sistema isolado, o ar aí contido não só não arrefece, como acaba por subir de temperatura, devido ao calor dissipado, sob a forma de trabalho, pelo motor da ventoinha." Estão a ver? Já aprenderam qualquer coisa hoje. Não foi é neste texto, mas acredito que tenham aprendido qualquer coisa na escola, ou na faculdade, ou no trabalho, ou no café, ou na mercearia, ou na peixaria, ou na discoteca, ou no infantário, ou no lar, ou no rancho folclórico. Bem, já tenho a ventoinha ligada há 7,234534675534 horas na sala, já é capaz de estar fresquinha. Beijinhos, abraços, e muitos palhaços, que é o que o povo gosta.