quinta-feira, 29 de julho de 2010

Viva a sexta à noite!

Estava eu aqui em casa, deitado no sofá, vestido apenas com a minha pele, a passar os canais, até que me deparei com algo bastante idiota mas que até funciona como estratégia de marketing. Alguém já viu o anúncio da Herbal Essences com a Vanessa Martins? Eu cá vi vezes sem conta. Acho piada é ao pormenor "Consegue um cabelo sexy com a máscara pontas sedosas da Herbal Essences". Claro Vanessa, eu vou mesmo olhar para o teu cabelo enquanto estás de bikini e a exibir uns belos seios retocados cirurgicamente. Falando em bikini, quem é que não gosta de ver aqueles velhos a brincar com os netinhos à beira da água? É uma imagem tão fofinha, não é? E quando o velhote está a usar aqueles fatos de banho que são, digamos, curtos... Está a usar tanga, é o que é, e baixa-se demais? Fica logo com os amendoins de fora. O mais engraçado é que o senhor não repara e continua de rabiosque para o ar, a mostrar a salada toda, até que aquilo acaba por ficar completamente de fora, a apanhar a brisa marítima. É uma visão reconfortante. Aliás, quando as pessoas dizem que olhar para o mar acalma a alma, está subentendido que entre nós e o mar está um velho de abono de fora. Bem, mas como tem estado bastante frio e não tem dado para ir à praia, vamos mudar de assunto. Outro dia, já há muito tempo, tinha um exame na faculdade às 9h. Até agora, nada de especial. Pois, o que era ligeiramente diferente era o exame ser a um sábado, mas também nunca ninguém morreu por puxar pela cabeça a um sábado de manhã. E então se houve festa na noite anterior, "quanto bebi ontem?" é a pergunta mais difícil a que conseguimos responder, e mesmo assim não conseguimos uma nota muito boa. Mas nesse sábado não estava de ressaca, nem tinha sono. Estava preparado para fazer o exame e sair de lá com um sorriso na cara, nem que fosse um sorriso de "se a classificação fosse como no 3º ciclo ia ter nota máxima". Acordei por volta das 8h, depois de ter chamado David Motta ao meu despertador (também chamei outros nomes mais comuns, mas ele fica particularmente ofendido quando o comparo a essa personagem. Para quem não sabe quem ele é, imaginem o Castelo Branco com barba e cabelo encaracolado), rezei virado para Meca, disse um Pai-Nosso e meditei durante 47 segundos, vesti a melhor mini-saia e um top giríssimo e maquilhei-me. Ups, peço desculpa, isto era para escrever no fórum dos travestis. Bem, depois de estar pronto, entrei no carro por volta das 8h30m e fiz-me à estrada. Ao fim de dois minutos estava na IC19, até que ao fim de outros dois vejo uma fila enorme desde a recta da Força Aérea. "Ah, isso é normal, seu barril de caspa de morcego." Pois, seria normal se fosse um dia de semana, grandes Einsteins. Eu só pensava que ia chegar atrasado ao exame, e, para ficar ainda mais irritado, ao olhar para os carros à volta, reparava que as pessoas ou iam andar de bicicleta, ou iam fazer surf, ou iam às compras, enquanto que o camafeu ia queimar neurónios. Em 25 minutos consegui percorrer uns incríveis 200 metros, até que finalmente passei pelo acidente que estava a causar aquela confusão toda. Quando pensei em usar todos os 30 cavalos de potência do meu carro, duas motas da polícia metem-se à minha frente e obrigam toda a gente a circular a uma velocidade menor do que a de um crocodilo antes de apanhar sol. Escusado será de dizer que eu já espumava de raiva e dizia palavras como "possas" e "que chatice". Também disse uma vez "caramba", admito. Quando os polícias fizeram sinal para eu passar por eles, já estava perto da saída que vai dar à Faculdade. O objectivo seguinte era arranjar um lugar para estacionar. Por ser um sábado, não haveria problema, certo? Errado! Como é óbvio, toda a gente que ia fazer o exame pensou da mesma maneira, e então estava tudo cheio de carros por tudo o que era lugares de estacionamento. De vez em quando via um, mas pensava "é pequeno, não cabe" ou "deve haver um mais perto do edifício". Tanto adiei que ao chegar perto do local não havia um único lugar. Resultado: tive de estacionar nos lugares pagos e, espantem-se, tive de pagar o ticket, cheguei atrasado ao exame, e no fim saí de lá com o sorriso se-fosse-no-3º-ciclo-tinha-nota-máxima. Moral da história: se tiverem um exame ao sábado, vão para a borga na sexta à noite e não ponham despertador. Beijos aos meninos e abraços às meninas.

Linhas e entrelinhas.

Olá pessoas e ganso do senhor Manel. Hoje tenho de ser rápido a escrever porque estou num comboio da linha de Sintra. "O que é que tem?", perguntam vocês... Perguntem! Sim, em voz alta! Pronto, assim está bem. Ora pensem lá um bocadinho... Estar com um computador portátil num comboio da linha de Sintra... Ainda não chegaram lá? Que gente tão pouco inteligente que vocês são, sinceramente. Já alguma vez viram uma tomada nestes comboios? Eu não, e estou a ficar sem bateria. Sim, é só por isto que tenho de ser rápido. Não me digam que existem outras razões para não andar com objectos de valor nesta linha... Eu até conheço algumas. Há certas horas em que é difícil conseguir entrar no comboio e não ficar com um braço de fora, indo toda a gente pior do que numa lata de sardinha. Eu próprio, quando numa das viagens saí duas estações antes da minha para deixar sair quem estava atrás de mim, já não consegui voltar a entrar. Está uma pessoa a tentar ser bem educada e é assim que agradecem. Claro que logo de seguida fui à sala de controlo das linhas e troquei uma das ordens, provocando um choque frontal na enorme recta entre a estação de Benfica e a de Sete Rios. Mesmo assim não deve ter morrido toda a gente, porque no dia seguinte (depois de terem retirado os destroços e os corpos durante a noite num movimento demasiado rápido para ser bem sucedido) o comboio estava a abarrotar de novo. É bastante irritante. Outra coisa que chateia é o extremo, ou seja, o comboio vazio. "Mau, tu decide-te, rapaz lindo e sensual. Se está cheio, é porque está cheio. Se está vazio, é porque está vazio. Em que é que ficamos?" Lá está a vossa enorme inteligência a não funcionar, como sempre. Se está vazio, e se tiverem objectos de valor, acham que vos vai acontecer o quê? Ser abraçados e ficar a contar anedotas com os larápios? Ou encontrar um dos muitos polícias que circulam em cada comboio e pedir para mostrar a shot-gun ou para contar o número de criminosos que apanhou nesse dia e que ficaram presos? Claro que não. Vão ser assaltados e nem vão piar, porque eles vão ser 43 e vão estar armados. E quando forem fazer queixa à esquadra, vão ouvir "Vamos ver o que podemos fazer... Mas não prometo nada!" e não vão reaver os bens roubados nem os larápios serão apanhados. Por falar em apanhar, aonde é que já não sei nem quero saber, todos achámos estúpido e irritante quando o Cristiano Ronaldo a jogar pela Selecção ia ao chão e ficava sentado 23 segundos a olhar para as botas em vez de se levantar e correr, certo? Ou deveria dizer infantil? Exacto, também acho que é a palavra ideal. E sabem porque é que ele fazia isso e nós achávamos infantil? Porque nessa altura já estava a pensar no puto que pagou à outra moça para ter, e então andava a treinar as atitudes que ia ter de aturar. Digam lá, sou ou não sou engraçado? Sou o máximo, por isso é que se dão ao trabalho de ler este texto tão grande e sem bonecos. Por falar em bonecos, quando chegar a casa vou acabar o meu boneco de neve e mandar umas bolas aos putos que forem a passar na rua. Ainda bem que tem estado tanto frio, assim dá para brincar. Ó diabo, vem ali um grupo suspeito... Acho que... Ora bolas, já me viram. Se calhar vão-me levar o portátjgiepwfngvefvioeffgdf.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Lavem as mãos, esse gesto resolve muita coisa.

Hoje não há introduções, que eu estou cheio de frio e não sinto a ponta dos dedos. Deixem-se só calçar as luvas e apertar o cachecol e podemos continuar. Já está, ora cá vamos nós. Quantos de vocês vão no metro, ou no comboio, ou no autocarro, ou num bar de strip, e agarram-se ao ferro, também conhecido por varão? Exacto, todos os que disseram "Sim, eu agarro-me, e depois?" Relaxem, não há problema nenhum nisso, cada um agarra-se às formas que mais gosta. Pois, agora digam que não sorriram com o que eu disse. O problema é que todos se agarram ao varão. O estudante agarra-se, o empresário agarra-se, o velho agarra-se, o mendigo agarra-se, o punk agarra-se, o beto agarra-se, o draga-minas (o dá-na-fruta, o arruma-carros-para-comprar-coiso) agarra-se, vocês agarram-se. Eu por acaso não me agarro, seguro-me com a cabeça naquelas coisas penduradas no tecto que fazem um barulho bastante irritante. Já estão a ver onde quero chegar? Toda a gente se agarra lá. Quando chega a vossa vez, já lá estão restos de suor, de chichi, de cocó, de vestígios biológicos (não vou explicar, quem perceber percebeu, quem não perceber que fosse mais culto, em vez de andar no Facebook que vá ver coisas onde perceba que fluidos são esses... Quero dizer, é melhor ficar-se pelo Facebook, senão depois tenho de ser eu a explicar aos papás porque é que o menino ou a menina estava a ver filmes do amor nu e cru. E cá está, mais um enorme parêntesis vindo do nada e para nada. Se calhar fechava agora. Não, ainda é cedo. Quero o número de telemóvel da menina loira e gira que está a ler neste momento. "Vá Tiago, fecha lá, já não está a ter piada." Bem, então só fecho quando estiverem a rir. Como é que se deixa um maricas na dúvida? Conto-vos amanhã.) e vocês agarram-se ao varão como se fosse de ouro, só para não caírem em cima da moça de peitos avultados que vai ao vosso lado. Enfim, acho que nem é preciso dizer o que vocês são. Quando saem do metro, ou do transporte em questão, esquecem-se que estiveram agarrados ao belo do ferro cheio de tudo o que é possível e que nunca é limpo, e acabam por meter os dedinhos na boca, ou coçam o olho, ou coçam outras coisas que contribuem para a viscosidade do varão. A conversa está a ficar um bocadinho feia, admito. A culpa é vossa. Se tivessem a minha altura, não precisavam de se agarrar ao ferro, apoiavam a cabeça nas coisas do tecto, e assim não havia varões sujos. Ou então iam para ministros e tinham motorista privado, assim já podiam andar a abrir na Avenida da Liberdade sem vos acontecer nada. Bem, podiam ter o azar de vir outro carro com alguém importante e espetarem-se, mas isso é muito raro. Só se vocês derem a ordem é que o motorista acelera, caso contrário respeita todas as regras. Se isto vos fizer lembrar algum caso de um acidente grave, não se preocupem, estou mesmo a criticar os "passageiros" desses dois automóveis. A sorte é que eram um Citroen AX e um Opel Corsa dos antigos, por isso não iam muito rápido. Por falar nisso, vou buscar a panela de água quente para despejar no pára-brisas do meu, porque o gelo desta noite ficou bem agarrado.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Estou aflito!

"Lá vem ele outra vez!" Então, já estão fartos de mim? É natural, até eu estou farto de mim próprio, só que não consigo livrar-me da minha pessoa, por mais que tente. Já tentei correr mais rápido do que eu, já tentei esperar até à ultima antes de entrar no metro, em que a única coisa que consegui foi entalar a cabeça e ouvir "Por favor, não force as portas", já tentei suster a respiração até morrer, mas começou-me a faltar o ar. Ora digam-me cá, que eu sei que vocês são gente fina, se acham bem as pessoas fazerem chichi no mar. Eu faço em todo o lado, porque sou incontinente, mas tenho uma vantagem, que é a de não sujar nada, já que uso fraldas. Gozem à vontade, posso estar a conversar com vocês e a aliviar a bexiga, além de que me fazem um rabinho jeitoso. Quando estou na praia a beber o meu café com leite e vejo um velho a ir à água de boné e camisa, digo logo para a Heidi Klum: "Está a ver aquele senhor ali, minha querida? Aposto que vai verter águas!". Obtenho a confirmação quando o dito senhor fica com a água a dar pouco acima do joelho, de mãos na cintura e a olhar à volta. Já as senhoras, nadam até estarem longe de toda a gente e lá aquecem a água aos peixinhos. Os calotes glaciares estão a derreter por causa do chichi que se faz nas praias, não é por causa do aquecimento global. Isso são coisas que se inventam para esconder o acto de mudar a água às azeitonas no mar. Ou acham que os ministros e afins levam um bacio para a praia, ou vão de propósito à casa de banho do bar mais perto? Eu já experimentei as duas situações. Na primeira, uma criança roubou-me o bacio a pensar que era um balde para fazer castelos na areia. Na segunda, fiquei tão impressionado com a higiene da casa de banho que fui a correr até ao mar, fiz o que tinha a fazer e ainda gorgolejei. Não, isto já é mentira. Para acabar, quero falar-vos de uma coisa que me deu uma vontade instantânea de viajar até á Argentina quando vi a notícia: tango gay. Isso mesmo, essa dança que envolve tanta emoção entre os dançarinos já existe oficialmente entre pessoas do mesmo sexo. Pois, também partilho da vossa opinião, é uma óptima notícia. Muito bonita mesmo, fiquei super-contente, estão a ver? Agora só falta haver adopção, para os putos poderem andar na escola a dizer "A pilinha da minha mãe é maior do que a do meu pai." Eu sei, já estou a abusar, mas não quero saber, ninguém lê isto, portanto não há problema. Aproveito para dizer que, como há tão pouca gente a ler este blog, vou continuar a postar regularmente, só para contrariar os chicos espertos que não metem cá os pés. Deve ser porque calçam o 57, ou então cheiram mal. Adeus, que vou ali à Argentina e já volto.

Hoje a Graça ficou em casa?

Olá coisinhas fofas. Estou sentado na minha poltrona, enrolado numa mantinha, com o fogo a crepitar na lareira, e a beber um cházinho quente. Alguém é servido? Ó diabo, tantos não, que assim ultrapasso o limite de upload. Estes dias têm sido tão frios que não ando a aguentar. Não vejo a hora de voltar o Verão, com aqueles dias longos e muito quentes, em que saímos à rua e ficamos instantaneamente asfixiados e a suar mais do que o Cristiano Ronaldo na selecção. Como? Não é difícil suar mais do que ele? Por acaso até é, que o rapaz transpira só por mexer um dedo, ou por fazer um filho. Aqueles dias em que toda a gente vai para a praia e fica-se automaticamente inscrito para sofrer um assalto ou afogar-se. Belos dias, espero que não demorem muito a irem embora. Desculpem, enganei-me, estou ansioso para que esses dias cheguem. Ora muito bem, vamos ao que interessa. Trouxeram o dinheiro? Só há produto quando eu vir a massa! Ah! Por uns instantes assustaram-se, admitam! Estão a ver aquelas situações em que vos acontece a mesma coisa duas vezes? Por exemplo, vão à vossa pasta dos marcadores denominada "as minhas páginas preferidas" e clicam neste meu lindo e esbelto blog, e vêem que ainda não escrevi nada de novo; mais tarde voltam a executar o mesmo processo e constatam que ainda não escrevi outro texto. É chato não é? "Não, por acaso é um alívio"... Pouco chulé, vocês adoram-me. Vocês e as duas moças ucranianas que estão agarradas a mim. Agora tentem imaginar isto acontecer não três, não quatro, mas cinco vezes. É um bocadinho irritante, certo? Pois é. "Ah, não estamos a perceber..." Não faz mal, eu também não percebi como é que me aconteceu a mesma coisa cinco vezes seguidas. "Mas a mesma coisa o quê, seu boi-almiscarado?!" Ah bom, estava a ver que não perguntavam... É, no mínimo, improvável obter exactamente o mesmo resultado numa prova cinco vezes seguidas, ou seja, ter o mesmo aproveitamento em cinco momentos separados pelo tempo. "Então, isso quer dizer que é o máximo que consegues fazer e hás-de levar o teu neto para a 146ª tentativa." Muito obrigado pelo apoio, seus potes de geleia. Outra coisa chata é andar com um objectivo na cabeça durante bastante tempo e num segundo vemos tudo a desmoronar-se, como as Torres gémeas. Querem que vos dê um conselho? Não é um concelho, que isso é com o senhor Isaltino Morais. Quando têm uma dúvida acerca do que quer que seja, pensem sempre na pior maneira da situação se desenrolar, porque é preferível ficarmos surpreendidos do que decepcionados. "Está bem, mas isso que falaste não tem piada nem é estúpido. Quando é que começa o texto a sério?" Meus companheiros do Ultramar, peço-vos desculpa, mas hoje é tudo o que consigo contar-vos, porque as duas ucranianas não me deixam cinco minutos sozinho e amanhã tenho de ir devolvê-las ao SEF. E não há beijinhos para ninguém, que já estou com os lábios gretados de tanto... falar com elas.

sábado, 24 de julho de 2010

Acabaram as pilhas!

Olha quem veio aqui espreitar! Que olheiras são essas? Já não é época de exames, não há outra razão para ficar acordado até às tantas... Ou há? Eu não conheço, assim que acaba o coiso das paredes, é chichi cama. Claro que antes ainda tenho direito ao meu copinho de leite morno, também não ia deitar-me de estômago vazio. Na minha cabeça, o mundo pára às 22h34m, toda a gente dorme, até que antes de eu acordar Deus pega na lua, dá uma lambada ao sol para acordar e troca-os de lugar. O que faz depois com a lua já não sei, mas o facto de ela ter tantas cracteras quer dizer que está na adolescência. Como as cracteras já são antigas, quer dizer que já é quase adulta. O que é que as moças desta idade dão vontade de fazer? Mais não digo, que eu sou puro. "Estás a ver Tiago? Afinal sabes o que se faz à noite, sem ser estudar." Mau, então o mundo não pára? Era o que faltava, andar tudo a divertir-se enquanto eu durmo. Também nunca percebi como é que há tantos copos e garrafas no chão do Bairro Alto quando passo lá de manhã para ir apanhar o autocarro do colégio. Pensando bem, também já vi jovens a dormir ao lado de uma poça de restos alimentares, mas pensei que se tivessem distraido com as horas e estivessem ali a passar às 22h34m. Não estou a achar piada a esta situação. E com isto já ocupei metade do tempo de antena. Mentira, ocupava metade se vocês soubessem ler como deve ser, mas visto que têm a quarta classe tirada à noite, tenho de dar muito mais tempo para lerem. Sendo assim, vou passar ao tema de hoje, que é... um programa que dá na mtv (desculpem, as pilhas do comando acabaram justamente neste canal durante o zapping à procura do Canal Parlamento) chamado "Jersey Shore", ou lá o que é. Se nunca viram, não podem morrer já, porque vão para o caixão sem ver a coisa mais ridícula de que há memória desde a extinção dos dinossauros. "A extinção dos dinossauros não foi ridícula, foi dramática!" Oh caixa d'óculos, está calado, não achas ridículo os todos poderosos terem batido as botas e os insectos e afins, os pequenos, terem sobrevivido? Se isto não fosse ridículo, os nossos políticos iriam tentar solucionar os nossos problemas. Bolas, fizeste-me falar de política. És um parvo, espelho e cavalinho branco para toda a vida! Voltando ao tema, este programa é sobre uns bonzões que usam autobronzeador e ficam laranjas e umas... como é que se chamam aquelas coisas que parecem raparigas mas que varrem tudo o que tem testosterona? Também não sei, não sobrevivem à SIDA durante muito tempo para se poder dar um nome. Enfim, mete-se estes dois grupos numa casa com câmaras, e depois é vê-los a "interagir". Não é preciso explicar mais nada, pois não? A parte mais engraçada é quando vêm todos a estúdio e a apresentadora (que aparenta ter um QI de aproximadamente 40, o que segundo a tabela é atraso mental grave) põe-se a fazer perguntas do género "quantas ga*** é que fo*****?" e "Porque é que não curtiste com aquele único rapaz que restava na discoteca? Lá porque ele só tinha 13 dentes, uma perna, um braço a nascer entre as mamas de mulher e um pénis na testa, já para não falar dos pêlos a sair do ouvido e a ligarem-se aos cabelos da cabeça extra na perna esquerda, parecia ser bastante giro!". Era para vos contar mais coisas, mas nesse momento o meu periquito defecou-me no ombro e tive de levantar-me para limpar. Aproveitei e fui buscar pilhas para o comando. Quem é que faz programas destes? Só mesmo os Americanos. Se eu fosse comentar todos os maus programas que eles fazem, tinha material para 23 anos e 47 dias de posts. Devem ser o povo mais burro do Universo, e olhem que é um espaço maior do que o vosso quintal da casa de férias. Se calhar fingia que ia à casa de banho e punha-me na alheta, não é? "Pois, se calhar ias. E não voltavas..." Isso queriam vocês, mas não aguentavam sem mim, porque eu fazia uma magia e começava a dar o Jersey Shore, depois como era? Sou o maior. Pelo menos nesta divisão da casa. Está bem, admito, sou o único aqui. Melgas. Beijinhos às pessoas bonitas, as feias virem a cara para o lado primeiro. Isso. Agora tomem lá o beijinho.

Quero ver esses braços no ar! (Não, não é o rebolation)

Hoje não vos digo olá, estou mal-disposto. Têm três segundos para fechar a janela e voltarem ao Farmville. Ainda aqui estão? Que chatos. Bem, sendo assim lá terei de arranjar qualquer coisa para dizer, visto que não zarpam daqui para fora. Não, estou a brincar, é óbvio que tenho algo para dizer, estive a prepará-la enquanto tosquiava o meu gato com uma gillette com as lâminas já gastas. Não percebo porquê, mas o raio do bichano deu-me duas chapadas de pantufas e arranhou-me a barriga proeminente e flácida que exibo todos os domingos de manhã na praia de Carcavelos. Meus amigos (se não são mesmo meus amigos podem passar a ser por uma taxa de 5 euros por mês), eu tenho uma dúvida existencial. Como é que os travestis fazem para esconder a... Enfim, quando vêem algo que acham muito bonito, como é que fazem para que o cliente não... Acabei de levar outra chapada do meu gato, acho melhor mudar de assunto. Agora a sério (como se fosse possível eu falar a sério), é preciso tirar um curso ou comprar um manual quando passamos a ser considerados velhos? É que as pessoas idosas, principalmente os homens, parece que se transformam noutra espécie completamente diferente. "Já estás a abusar, sempre a falar mal dos outros!" Eu não estou a falar mal, apenas a constatar factos. Quando fazemos 65 anos somos obrigados a usar aquela boina que os alentejanos usam a vida toda? Ou isso ou o boné do Correio da Manhã, para fazer publicidade gratuita. Se ainda desse desconto na compra do jornal até eu usava, mas não, pagam o mesmo que toda a gente. A sorte é que são uma classe da sociedade que recebe salários extremamente altos, por isso não se importam com esses pormenores. Outras coisas que se aprendem no curso de terceira idade é andar sempre com um lenço de pano para assoar e para limpar os cantos da boca aos netos e a usar as calças de vinco acima do umbigo, exibindo normalmente o cinto como o equador da barriga, e a cada ano que passa sobem um centímetro. Isto é mau, porque com o aumento da esperança média de vida, qualquer dia têm de fazer um buraco de cada lado da braguilha e aumentar o cós das calças, para poder fazer um último buraco para a boca. Claro, aproveita-se os bolsos para os braços, é só tirar os forros. O problema seria cada vez que precisassem de ler o Correio da Manhã, porque usar os óculos por cima do tecido é algo complicado, além de que iam parecer o senhor cabeça de batata do Toy Story. Por falar nisso, quero ir vê-lo, portanto se houver alguma moça jeitosa que queira ir comigo para me poder agarrar nas partes mais assustadoras, ponha a mão de fora da janela que quando eu, eventualmente, passar por aí fico a saber e toco à campainha. E não sou eu a pagar os bilhetes de certeza, que isto anda mau para todos. Menos para os ricos. Esses ficam ainda mais ricos. Então até breve, e mantenham esses braços de fora da janela.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Chamadas anónimas

Ora boa tarde, ou boa noite, não tenho a certeza, tenho medo de abrir os estores e esqueci-me de comprar gasóleo para ligar o gerador. Sem gerador, não há telefonia para ninguém, é mesmo assim. Sem mais rodeios, passo ao tema do dia de hoje: receber chamadas dum número não identificado. E não digam "É tão irritante" enquanto reviram os olhos, que eu bem sei que vos enche o ego, suas rodas quadradas. Se for alguém a gozar connosco, fingimos não ligar nenhuma e não achar piada, mas no fundo sentimo-nos importantes, digam o que disserem. Se for uma chamada mais séria, normalmente é para nos tratarem por "senhor". "Senhor Tiago Carrapatoso, o meu nome é Sandra Silva e estou a ligar da empresa que detém a revista que vossa excelência assina. Estou-lhe a ligar para saber se está satisfeito com os nossos serviços e para ouvir qualquer conselho que tenha para nos dar." Às vezes percebe-se que a pessoa do outro lado é da minha idade, e está a tratar-me como se eu fosse o Belmiro de Azevedo. Até sou parecido com ele em termos de conta bancária, só que como sou canhoto tenho os zeros do lado esquerdo. Também tenho vontade de dizer "Estou satisfeito, só me chateia ter de arrotar o dinheiro todo pela publicação e chegar-me toda amarrotada, porque o carteiro não tem paciência para colocar com delicadeza na caixa do correio, já para não falar que às vezes nem se dá ao trabalho e deixa na prateleira em que se mete as cartas que vêm enganadas, e assim um vizinho esperto usufrui da minha revista gratuitamente enquanto manda um fax ao Marinho Pinto. Quanto a conselhos, acho que a Sandra deveria arranjar outro rato para o computador, que esses ratos de bola fazem um barulho muito irritante para quem está deste lado da chamada. Sim, porque você tem auscultarores enfiados nos abanos de dumbo e não se apercebe, sua anta do deserto. Ah, e tenho só mais um conselho: não masque pastilha enquanto fala comigo, se não se importar. Obrigado." Tem de ser assim, porque se for simpático deixa de me tratar bem e passa a dizer "Tiago, o senhor...", o que é inadmissível. Há ainda aquelas chamadas em que não somos a pessoa pretendida. Há duas situações: um azeiteiro qualquer a dizer "Estou? Carlos?" e quando percebe que não é o Carlos Bilhas pergunta "Então quem fala?". Amigo, se não sou quem você procura, nem que eu fosse o seu irmão gémeo separado à nascença, não lhe ia dizer quem sou. A outra situação é um telefonema formal. "Estou sim, muito boa tarde, estou a falar com o senhor António Silva?". "Não, não sou eu. E já me telefonaram 47 vezes este ano a perguntar por esse senhor.". "Ah, peço imensa desculpa pelo incómodo, não voltará a acontecer. Posso ser-lhe útil em mais alguma coisa?" Esta pergunta costuma ser tentadora, porque não me foi útil em nada, fez-me perder tempo, irritou-me por ser a 48ª chamada para o Toni e apetece-me mandá-la dar uma volta ao bilhar grande. Mas como sou muito bem educado pelos lobos que me acolheram quando tinha duas semanas de idade, respondo "Não, muito obrigado. Até depois de amanhã.", porque já sei que me vão ligar outra vez. Ai meu Deus, já viram as horas? Isto assim não pode ser. A sério, já viram as horas? É que esqueci-me de dar corda ao relógio de bolso e ainda não comprei o gasóleo. Já que não me dizem, vou-me despedir. Adeus, e cuidado com os raios UV do luar. Olha, o meu telefone está a tocar. Estou sim? Não, não sou o senhor António...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A primeira vez nunca se esquece!

"Lá vem o palhaço com a mania que tem graça outra vez!" Tenham calma, isso é só para dizerem a partir do segundo texto. Se ainda nem leram nada das coisas tristes que escrevo, porque é que já estão a censurar? É incrível, neste país não dá para fazer coisas engraçadas, que é logo a dar com artefactos de pau preto na cabeça, para mostrar quem é que manda aqui. Pensando melhor, há pessoas que podem fazer coisas muito engraçadas e ainda são pagas a peso de ouro de 16 quilates (sim, com a crise não dá para ser ouro puro, só se o marroquino que vende na esquina da Rua dor Carmo se lembrar de lá aparecer outra vez. Olha que parêntesis tão grande, se calhar fechava-o agora... Não, tenho de aproveitar que aqui deve ser o único sítio em que faço o que me apetecer e não tenho de descontar nada para o Estado... Por enquanto.) Onde é que eu ia? Ah, certo. Como estava a dizer, o corpo de uma mulher tem de ser apreciado como uma obra de arte... Parem de interromper!... O quê? Não era disto que estava a falar? Pois claro que não! Já me lembro, estava a falar daqueles senhores (e senhoras, e a Odete Santos) que vão para uma sala do género dum tribunal, mas um bocadinho maior e com mais histerismo. Estão lá não sei quantas horas, chamam nomes uns aos outros, procuram ajuda de uns para atacar os outros, mas mais tarde acabam por chamar nomes aos que os tinham ajudado, e no fim do dia pegam nos carros horríveis que têm e vão para as suas casas degradantes na linha de Sintra, todos contentes a pensar que tiveram um dia muito cansativo e que no seguinte não vão lá pôr os pés. Em vez de se preocuparem com o estado do país, preocupam-se em arranjar maneiras engenhosas de chamar "cabeça de atum" ao amigo da bancada do lado, daí estarmos a afundar-nos cada vez mais. "Mas ó Tiago, se eles se preocupassem com o país, íamos deixar de estar em crise económico-político-fraudulento-justiçoengraçada". Pois, que estupidez, têm toda a razão! Então se calhar vou eu próprio arranjar uns nomes engraçados para o Louçã chamar ao Sócrates. Ora por exemplo... "Ridículo", "Rabo de peixe", "agatha ruiz de la prada". Digo estes nomes porque o senhor é muito engraçado a assobiar em algumas sílabas e a enrolar os "r's", aliás, enrrrrrrrrolar. Para acabar em grande, quem me conhece sabe que acabo sempre em grande, apenas pelo simples facto de não ser propriamente um indivíduo baixo. Hã, olhem esse esforço para conter o sorriso, eu bem vi o canto esquerdo da boca a subir. Ou então estão a ter um AVC, e nesse caso podem morrer porque assim são menos uns a respirar o meu oxigénio. A não ser que sejam moças esbeltas e elegantes, nesse caso ofereço-me para.. Não, não é para respiração boca a boca, ofereço-me para dormir com vocês na cama do hospital, dizem que o calor humano cura tudo. Beijinhos a todos e sonhem com a Odete Santos...a dançar... agarrada... a um velho qualquer nos Santos Populares. Estavam a imaginar o quê? Seus prevertidos.