sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Olha o avião lá em cima!

Para quem ainda não tenha reparado, eu estudo. Por incrível que pareça, já passei a 4ª classe, embora com alguma dificuldade, e tive acesso directo ao ensino superior. A minha Faculdade localiza-se ali ao pé da loja de coiso, como vocês sabem e, por acaso, relativamente perto do aeroporto. Portanto, três vezes quatro é quarenta e três, logo, os aviões passam muito perto das nossas cabeças. Mais perto da minha do que da vossa, porque ando com sapatos de salto alto e vocês andam de gatas, com a mania que têm graça. "E qual é o problema dos aviões passarem perto?" Para além de fazerem um barulho extremamente chato e de ter sido obrigado a deitar-me no chão a gritar pela mãezinha durante o primeiro mês do primeiro ano cada vez que passava um por cima de mim, nenhum. Só que no outro dia, quando estava a chamar os pavões com um grito bastante homossexual e despropositado enquanto fazia um graffiti do meu retrato dos tempos do Ultramar, lembrei-me duma coisa: para que é que servem tantas medidas de segurança nos aviões? "Seu burro, é para não haver atentados nem sequestros!" Ahm... Eu disse "nos aviões", não disse "nos aeroportos", suas aranhas de nove patas. Estou a falar dos coletes salva-vidas, das máscaras de oxigénio, das saídas de emergência... Para que é que serve tudo isto? Para além daquele caso em que o avião aterrou suavemente nas águas calmas e pouco profundas de um rio nos EUA, não me estou a lembrar de outras situações em que a queda da aeronave tenha corrido bem. "Senhores passageiros, dentro de quarenta segundos iremos despenhar-nos ou, em bom português, VAMOS MARRAR COM OS QUEIXOS NO CHÃO! Queiram fazer o obséquio de colocar os coletes salva-vidas, as máscaras de oxigénio e de decorar as saídas de emergência, porque assim que o avião se desfizer em mil bocados e meio, aposto que as ditas saídas vão estar em sítios diferentes." Pois. Já os coletes insufláveis servem para absorver o impacto da colisão, que, parecendo que não, servem de airbag, antes de os nossos órgãos internos ficarem feitos em papa cerelac. "Então e as máscaras de oxigénio?" Essa é fácil. Após a colisão, servem para respirarmos fundo, para nos recompormos do susto. Só precisamos de procurar o pulmão esquerdo que ficou pendurado numa árvore e o direito, que ficou debaixo do braço do senhor de bigode que viajava no lugar 2B da classe turística. Bem, tenho um voo para apanhar com a minha querida Alessandra Ambrosio, por isso, adeus. Beijos apenas às hospedeiras, as outras pessoas ficam a chuchar no dedo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Vai um rebuçado?

Porque é que me aparecem nesses preparos? Nunca vos disseram que misturar quadrados com riscas fica mal? Estou tramado convosco, não têm qualquer noção de moda, estão mesmo desactualizados. Deixem-me só ir ali colocar o meu chapéu de côco no cabide e já volto a falar... Pronto, estou de volta. Esta era a parte em que eu começava a desenvolver um tema qualquer sem sentido, mas deu-me uma branca. Se calhar vou coçar as costas com um ralador de queijo enquanto me tento lembrar do que vos queria dizer... Ah, já me lembro! Ia eu no comboio super-chique da linha que uso todos os dias úteis e inúteis, quando se sentou à minha frente uma pessoa. "Uau! Quem diria que uma pessoa se sentaria à tua frente?" Engraçadinhos, havia de vos cair uma bigorna no pé direito, e enquanto o agarravam com dores, passava uma betoneira por cima do esquerdo. Bem, esse individuo tirou um rebuçado do bolso e desenrolou-o com os dentes. Ao ver aquilo, veio-me logo à cabeça uma pergunta: como é que se enrolam os rebuçados? Não respondam que são máquinas enormes, em fábricas gigantes, que enrolam dois milhões de rebuçados por segundo, porque assim não tem piada. Imaginemos, hipoteticamente (e hipopoticamente, que os bichos também têm direito), que é um desgraçado qualquer no Paquistão que embrulha rebuçados 16 horas por dia a troco de comida e de uma manta com 27 buracos. Pega no rebuçadinho, pega no papelinho, e faz um embrulho de maneira rápida e eficaz. Coitado, deve dar um trabalho desgraçado, e quando fica mal embrulhado tem de o desembrulhar com cuidado para não ficar tudo peganhento, porque no Paquistão o tempo é um bocadinho mais quente do que aqui. Enfim, tem uma vida de cão. Nós, da civilização, vamos ao super-mercado, compramos um pacote grande de rebuçados e comemos aquilo à bruta, sem repararmos nos embrulhos tão bem feitos e que tanto trabalho deram. Pegamos num rebuçado e cá vai disto, arrancamos o papel como o Governo nos arranca o dinheiro. Ah pa, quase que conseguia fazer um post inteiro sem falar mal dos políticos. Mas, vendo bem, não disse nada de difamatório, só relembrei que qualquer dia temos de pagar para trabalhar. "Porque é que gostas tanto de falar mal do Governo?" Eu não gosto de falar mal apenas do Governo, mas sim de toda a gente. Como não vale a pena referir que esse nariz parece uma picareta e essas orelhas são diferentes uma da outra, falo mal de outras coisas. Bem, vou indo, que o taxista já está à minha espera. Adeus, e cuidado com as pessoas que andam à vossa frente a apontar perigosamente o guarda-chuva às vossas partes privadas.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Olha ali, não é uma coluna andante?

Olá! Estão bons? Então ponham-se a milhas, que eu não sou virado. Olá! Estão boas? Isso é que é preciso. Adoro falar com vocês, suas fofas. Com os indivíduos do sexo masculino falo apenas por obrigação, mas com vocês falo com todo o gosto... a troco dos vossos números de telemóvel. Estou a brincar. Ou não. Fiquem na dúvida. "Oh Tiago, desembucha!" Nem estou embuchado, mas está bem, vocês mandam. Estava eu no comboio da melhor linha do mundo, a Linha de Sintra, quando passa por mim uma coluna andante. Não, não era uma coluna de pedra igual àquelas do Templo de Diana, em Évora, que essas não conseguem ser tão enfeitadas como a que eu vi. "Então o que é que tu viste?" Ena, vocês conseguem ser mesmo chatos... Os meninos, claro. As meninas nunca são chatas... desde que sejam giras e me forneçam os contactos telefónicos. Enfim, o que passou por mim foi um jovem nos seus 17 ou 18 anos com o telemóvel a tocar algo parecido com o som de um bezerro a ir contra uma amendoeira, sem se importar com quem estava na carruagem. Eu sei que todos vocês estão habituados a estas personagens, mas eu, como de costume, tenho a minha teoria. As colunas andantes, quando vão comprar os seus telemóveis, têm direito a um desconto especial de 10%. Sabem porquê? Claro que não, tenho sempre de explicar tudo, suas gazelas do Nepal. Esse desconto deve-se ao facto do vendedor retirar de imediato os auscultadores ou, para os mais modernos, phones, quando vê que o comprador é uma coluna andante. Assim, todos os domingos faz um ordenado extra sem descontos a vender os phones dos telemóveis das colunas andantes na feira do relógio. Simples e eficaz. Os vendedores de hoje em dia devem ganhar muito bem para não andarem de transportes públicos, porque se andassem passavam a fazer o desconto de 10% às colunas andantes para elas não se esquecerem de usar os phones e assim as pessoas andariam mais sossegadas. É ou não é uma boa ideia? vamos juntar-nos e obrigar a Vodafone e a TMN a forçar a inclusão dos phones nos telemóveis das colunas andantes? (A Optimus não vale a pena, porque ninguém usa. Só conheço uma pessoa que se aventurou nisso e neste momento está internada no Júlio de Matos. Não, estou a meter-me convosco... Fugiu há duas semanas de lá.) Onde é que eu ia? Ah, certo! Vamos juntar-nos e obrigar a coiso e tal? Hum, agora não me apetece, estou com um pico no pé. Vou pedir à Adriana Lima que mo tire, já que acabou de chegar do desfile da Victoria Secret's e acho que já chega de andar sem fazer nada. Beijinhos nos phones e cuidado com as colunas andantes, está bem?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mesmo no focinho!

Olha a castanha assada! Compre uma dúzia, freguês! Ah, estão aí. Olá coisinhas fofas. E olá, coisinhas feias, não me esqueço de vocês só porque não devem muito à beleza. Como é que vai isso? Por aqui vai-se andando, fui à quinta do tio Jaquim esta tarde a ver se conseguia roubar uns porcos para fazer uma assada, mas os bichos estavam a fazer o amor, por isso decidi deixá-los lá no roça-roça e não interromper. Dizem que os porcos quando são interrompidos no coiso-e-tal ficam bastante mal-humorados, podendo inclusive mandar-nos dar uma volta ao bilhar grande. Bom, falando do que interessa, pelo menos a alguns, ou a ninguém, não faz diferença porque vou dizer na mesma, vi há uns dias, enquanto estava no intervalo da Casa dos Segredos, uma notícia na SIC que me deixou, digamos, a matutar. Passo a citar: "os cortes do Estado nos subsídios estão a ter reflexos na taxa de natalidade. Apesar de entrarem apenas hoje [dia 1 de Novembro] em vigor, a verdade é que a taxa de natalidade tem vindo a diminuir."
Antes que comecem a refilar, que é o que vocês fazem de melhor, eu estava meio alterado por causa do copo de leite que tinha bebido, portanto posso estar a dizer uma ou outra palavra de maneira diferente, mas o conteúdo da notícia era mais ou menos esse. Ora bem, vamos lá ver se eu percebi: a redução das ajudas financeiras vindas do Estado está a reduzir o número de nascimentos? Acredito, até faz sentido. Mas... se os cortes em questão entraram em vigor a 1 de Novembro deste ano, e a notícia foi grunhida no mesmo dia, como é que a taxa de natalidade foi afectada? Ou os senhores da SIC pensam que as pessoas se reproduzem por mitose, ou então eu tenho andado enganado estes anos todos. Que é feito dos 9 meses de gravidez? Salta-se esse tempo todo, porque a crise obriga a tal? E, se as crianças nascem no próprio dia em que são geradas e já não há tantos subsídios, como é que os pais vão pagar as fraldas e as papas? Se é reprodução por mitose, a mãe não produz leite, por isso tem de comprar comida para a criança. Como não há dinheiro, pega-se em sacos de serapilheira, daqueles que já picam e tudo, e faz-se fraldas. Para dar de comer, vai-se à feira de Montemor-o-Novo e compra-se fardos de palha para um mês, para ter desconto. Ai SIC, SIC, isto mais parecia uma noticia TVI, daquelas mesmo engraçadas. Outra coisa engraçada aconteceu esta semana com a minha pessoa. No treino de futebol, ao dar uns toques consegui, por ser um grande craque, acertar em cheio na minha própria fronha. Não foi simplesmente a bola a bater na cara, foi mesmo um tiro de caçadeira vindo do meu próprio pé e que me acertou mesmo nas ventas, ali mesmo no focinho. Assim que o meteoro me acertou, fechei o olho esquerdo, mas com o direito vi uma pequena coisa brilhante a cair. Adivinhem lá o que era... Não, não era a Sininho. Era a minha lente de contacto, a bola conseguiu fazer uma força de sucção suficiente para me arrancar a lente do olho que, curiosamente, teima em não sair quando a quero tirar. Estão-se a rir de quê? Há tanta gente que usa lentes de contacto, não é preciso estarem a gozar comigo! Parem lá com isso! Vocês são horríveis.