quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Queria curto dos lados e maior em cima, por favor. Olha um hipopótamo a voar!

Outra vez a bisbilhotarem por aqui? Que gente tão chata. Não, voltem, peço desculpa! Não quero perder os meus dois leitores e três quartos (não são quartos de hotel, que com a crise e por causa do Sócrates não há dinheiro para isso. Hã? Não é o Sócrates que está no Governo? Que piada, só falta dizerem que é o Passos Lebre, ou o Sou-meio-careca-mas-faço-risco-ao-lado-e-uso-camisas-desabotoadas-até-ao-umbigo-apesar-de-já-ter-idade-para-ter-juizo...)! Vá, querem falar sobre o quê? Nada? Dou-vos três lamparinas que até vos corto o cabelo à chapada... Por falar nisso, vou-vos contar uma história:
Era uma vez um gato maltez, tocava piano e... morreu de ataque epiléptico. Menos, Tiago, menos. Estava eu a colher abóboras da árvore que tenho no terraço, quando de repente um hipopótamo aterrou suavemente a meu lado. "Olá Tiago, tudo bem?" Eu estranhei aquilo, porque pensava que os hipopótamos não falavam português, mas pronto, aprende-se uma coisa nova todos os dias. "Está tudo, e contigo? Porque é que vieste a voar? Podias ter vindo de escadas, ou de elevador...". Ele deve ter ficado ofendido com o facto de me ter esquecido que não podia ter vindo de elevador porque estava avariado e não podia vir de escadas porque tinha medo da vizinha do 2º esquerdo, porque virou-se de costas e deu uma valente flatulência (em português corrente, um peido do caral**) mesmo na minha cara... Até o lábio superior colou-se à nuca com a velocidade do vento vindo do seu canal expelatório (o blogger sublinhou esta palavra, portanto sou capaz de a ter inventado) e o meu cabelo ficou todo de pé (não é que estivesse deitado, mas vocês entendem, com 3 noites de estudo intensivo). "Oh Tiago, já cortavas esse cabelo", disse o bicho, depois de morrer quatro vezes e meia a rir-se. "O meu pai não está cá e a cabeleireira está de férias...", expliquei. "Ah... Então porque é que não cortas sozinho?" Que grande ideia que o Anacleto (dei-lhe este nome, que também foi sublinhado pelo blogger. Espera lá, até a palavra blogger é sublinhada... INCEPTION!!! Di Caprio, anda cá ver isto! Porra, também sublinhou Di Caprio... Só por causa disso, vai sublinhar esta de certeza: dfweofhwodihfasodjfaiosjdfowidjaiodsf) me deu. Dei-lhe um pacote de pipocas para ele comer pelo caminho, despedi-me dele com um linguado com batatas cozidas e desci até ao meu andar.
Peguei na máquina de cortar o cabelo e disse para o meu amigo imaginário: "Das 10 vezes que já cortei sozinho, correram todas mal. Portanto, acho que devo tentar mais uma vez." Ah, o pente dá máquina está partido dos dois lados, ou seja, um pequeno deslize e o pente zero entra em acção. Quão difícil pode ser cortar o cabelo sozinho com uma máquina toda avariada do juízo? Primeiros dois minutos correram às 999 maravilhas. Comecei a ganhar confiança, ia ser super fácil. Que erro fui eu cometer, sentir confiança... Záááás, pente zero entra em acção e fez um corte rapado de 10 centímetros. "§£#$"%%$#, já sabia que ia correr mal!" Resultado: pente zero na cabeça toda (fiquei, literalmente, careca), um berro da minha mãe a dizer que fiz de propósito e que assim pareço um maluco do Júlio de Matos e um Nazi, e 2 horas de gozo do meu amigo imaginário. Nunca mais corto sozinho, nem que fique 25 anos sem cortar.
Moral da história: não ligar ao que os hipopótamos dizem. Até à próxima vez que me lembrar de cortar o cabelo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

God save the Queen!

Bem, já não vos dizia nada há algum tempo. Salvo erro, desde ontem... Tinha dito que não punha aqui as patas de boi da Somália enquanto não tivesse inspiração. E perguntam vocês: "Já tens inspiração?" Para já, não se fala de boca cheia, que eu bem vi esses chocapics a voar. E, respondendo à vossa pergunta, não, não tenho inspiração. "Ah... Então porque é que estás a escrever?" É simples, o meu público (que é constituído por 3,6 pessoas) divide-se em dois grupos: os que são analfabetos e que "lêem" isto a pensar que são textos a explicar porque é que a escova de dentes tem 412 filamentos (podem contar, vão ver que não me enganei); e os que estão no ensino básico/secundário e que, por não lerem nenhum dos livros do Plano Nacional de Leitura, tenho se ser eu a fazê-los ler qualquer coisa. Se bem que custa menos ler Os Maias do que as idiotices que eu escrevo. Bom, adiante.
Não é bem "adiante" que eu devia ter dito, porque aquilo que vou falar é mais uma regressão do que outra coisa... Então não é que um dos países mais civilizados do mundo, segundo eles próprios, está em clima de guerra civil? "Ih Tiago, que exagero!" Todos os leitores de camisola azul, rua, adeus! Não repararam que escrevi com letra minúscula, hum? Vamos lá a ver se temos o burro nas couves... Fiquei estupefacto quando acordei às 20h, liguei a televisão a preto e branco que tenho na cave onde tortu... onde durmo de vez em quando, e deparei-me com um prédio a arder em pleno solo inglês. Primeiro lavei os olhos com ácido sulfúrico que tinha por acaso na mesinha de tortur... de cabeceira, para ter a certeza que estava acordado, mas acabei por ver que era mesmo verdade. Depois disso, vi um jovem sentado no chão, a sangrar da cara (de tão feio que era) rodeado de um grupo de jovens do género do que tenho aqui na mesa de tortu... aliás, que está aqui ao meu lado a jogar monopólio com um frigorífico. A certa altura, o rapaz levanta-se e os rufias fingem que o vão ajudar enquanto aproveitam para lhe tirarem tudo o que ele tinha de valor na mochila. Eu acho que foi um acto de misericórdia, não é? O rapaz estava aleijado, porque provavelmente tinha ido a correr contra a parede para ver se o efeito pega-monstro era realidade ou mito, e eles só estavam a aliviar-lhe o peso nas costas... Vá, agora a falar a sério (yeah right), a polícia e o Governo de lá são todos uns atadinhos... A verem os gangs a destruir tudo mesmo à sua frente... Se eu fosse o Cameron (e não estou a falar do realizador, porque nesse caso aproveitaria para gravar tudo e fazia um filme que renderia 3,6 gaziliões de triliões de quaquiliões de biliões de milhões de mil oraciomilhões de watafuckiliões de jáchegamilhões de talvezaindapossocontinuardurantemaisumbocadoriliões de vájáestáafartariliões de euros) pegava em todos os elefantes e rinocerontes que tivesse na arrecadação e largava-os pelas ruas inglesas. Aí é que os gangsters iam partir coisas, mas não eram montras nem carros, eram os seus ossinhos. Tiago a primeiro-ministro inglês? Of course, because I falai-te very naice o ingliche end I nou au tu stop the criminousus... Bem, vou só num instante a Londres e já volto, não saiam daqui, está bem? Isso.

sábado, 9 de abril de 2011

Fica mais fresquinho!

Olha quem voltou... Há quanto tempo! Eu bem que tenho tentado falar convosco, mas têm-me virado sempre a cara, vá-se lá saber porquê. Estão bons? Hm hm... Claro, claro. Vá, já chega, não sou nenhum ombro amigo para chorarem, se quiserem pagam 50 euros à hora e aí até o ranho vos limpo com muito carinho. Estava eu a ver o Sócrates a perguntar se ficava melhor para aqui ou para ali, quando fiquei cheio de calor (não pelo facto de estar a ver o senhor na televisão, entenda-se. Já não fazia um parêntesis desde 1973, até que soube bem). Chamei a Adriana Lima e pedi-lhe, aliás, ordenei-lhe para ligar o ar condicionado e trazer-me uma limonada de laranja. Ela disse-me que não podia ser, porque não tínhamos pago a luz (daí estar a ver televisão à luz da lareira e ter ficado cheio de calor) e que não dava para fazer limonada de laranja. Dei-lhe uma bolachada, pu-la fora de casa e chamei a Rita Pereira (sim, cedi. Ela insistiu tanto em vir viver comigo sem me conhecer que tive de aceitar). "Rita, faz-me uma limonada de papaia e vai roubar a ventoinha a pilhas do vizinho do 5º esquerdo, se não te importares. Se te importares, vai na mesma, que gosto de te ver contrariada." Lá foi ela tratar dos recados, voltando ofegante e sem um braço que o vizinho tinha conseguido cortar a tentar evitar que roubasse a ventoinha. Podia ter sido pior. Liguei a ventoinha e ali fiquei, a olhar para a lareira enquanto levava com a suave brisa tempestuosa. Daí a umas horas, a Rita, já com o curativo feito no coto do braço cortado, abraçou-me (não sei se posso dizer que me abraçou, porque costuma dizer-se isso para pessoas com 2 braços) e disse: deixa a ventoinha ligada e vem dormir, porque assim amanhã a sala está fresquinha. "Oh minha centopeia felpuda, quem é que te disse essa barbaridade?", perguntei. "Ah, a senhora do 3º direito, que deixa a ventoinha ligada todos os dias para refrescar a casa." Porque é que as pessoas têm esta mania? A ventoinha só serve para convergir ar para o nosso focinho, mas este continua à mesma temperatura... Aliás, já dizia a minha professora de Inglês (ou seria a de Fisico-Quimica? Não me lembro.) "se deixarmos uma ventoinha ligada dentro de um sistema isolado, o ar aí contido não só não arrefece, como acaba por subir de temperatura, devido ao calor dissipado, sob a forma de trabalho, pelo motor da ventoinha." Estão a ver? Já aprenderam qualquer coisa hoje. Não foi é neste texto, mas acredito que tenham aprendido qualquer coisa na escola, ou na faculdade, ou no trabalho, ou no café, ou na mercearia, ou na peixaria, ou na discoteca, ou no infantário, ou no lar, ou no rancho folclórico. Bem, já tenho a ventoinha ligada há 7,234534675534 horas na sala, já é capaz de estar fresquinha. Beijinhos, abraços, e muitos palhaços, que é o que o povo gosta.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Título sério, post não-sério. Lamento imenso o que se passou no Japão e espero que o país recupere rapidamente.

Sentiram? Parecia um terramoto... "Tu também? Já estamos fartos de ouvir piadas sobre o Japão!". Ai, que estamos tão sensíveis! Já parecem os patrões dum comediante americano, que por fazer uma ou outra piada sobre o tremor de terra foi despedido. "O Japão é um país tão avançado, mas tão avançado, que as pessoas em vez de irem à praia, vem a praia ter com elas." é uma das coisas bonitas que ele disse. É ou não é uma frase bonita, poética até? Eu acho. É isso e o governo japonês dizer que não há motivos para alarme quando se refere a um desastre nuclear. Dizia o porta-voz dos peritos de olhos em bico que não vão haver contaminações graves, e que está tudo sob controlo, enquanto passava por trás dele um senhor com três olhos e um braço a nascer no queixo. "Isto não é igual ao desastre de Chernobyl", dizem os japoneses. Pois não, Chernobyl fica na Ucrânia e foi há mais de 20 anos. Ainda na semana passada estive a jogar paintball contra os mutantes que lá vivem escondidos. Até são simpáticos, quando não estão com os 23 olhos esbugalhados a olhar para nós ou quando nos metem as 7 mãos esquerdas no nosso ombro. Com o desastre no Japão, já vou ter outra cidade para jogar paintball. É porreiro, porque ainda não conheço o mapa nem os melhores esconderijos, vai dar-me mais gozo. Sou horrível, eu sei.
Sabem o que é que também é horrível? O facto de vocês serem sardinhas-almiscaradas-caspudas-pestanudas-do-Tibete. Mas já me estou a habituar. Aquilo a que não me consigo habituar e irrita-me solenemente (vá, ligeiramente) é quando num teste ou exame, alguém chama o professor e diz "Não percebo o que é que eles querem dizer com isto...". ELES? Três biqueiradas nas ventas era pouco. Desde que me lembro de ter aulas (e, curiosamente, é cerca de 90% da minha vida), havia sempre um marmanjo que perguntava "Professor, o que é que eles querem dizer com isto?". Dava-me vontade de me levantar e ir fumar um cigarro, mas como não fumo, ficava quieto no meu lugar a remoer. Será que não percebiam que quem fazia os testes eram os professores? O único teste em que a pergunta até poderia fazer sentido era num exame nacional, mas aí não eram permitidas perguntas ao professor vigilante. Quase que aposto que as bestas paralelipipedais que faziam a tal pergunta imaginavam um grupo de intelectuais gadelhudos e barbudos reunidos numa sala secreta a fazer os testes, ou então um grupo de mutantes de Chernobyl fechados numa cave a executar a mesma tarefa. Bom, visto que acabei de reservar o meu lugar no Inferno, vou espetar canetas de ponta fina nos olhos dos sobreviventes do tsunami do Japão, para ver se estão em choque ou não (em vez de usar o método clássico de apontar a lanterna para os olhos). Ok, agora é que vou mesmo para o Inferno.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Parabéns a você?

Deixem-me só acabar de esfolar este gato para cozinhá-lo para o chinês que está a viver debaixo da minha cama e já volto para vos chatear... Pronto, já está a assar no forno. O gato, não o chinês. "Porque é que tens um chinês debaixo da tua cama?" É fácil, porque a China é o 2º país do mundo com maior PIB (se não souberem o que é, vão ver às páginas amarelas, secção coiso) e calcula-se que dentro de alguns anos vai ultrapassar os EUA (se não souberem o que esta sigla significa, vou esfolar-vos os braços com o mesmo ralador de cenoura que usei para o gato e mergulhá-los em ácido de bateria. Sou mesmo uma besta). "E o que é que isso tem a ver com o facto do chinês viver debaixo da tua cama?" Vocês são mesmo desprovidos de inteligência... Então não se está mesmo a ver? A única explicação para o crescimento económico da China é que... eles cagam dinheiro! Então o que é que eu faço? Apanho os gatos e cães vadios na rua, cozinho-os, enfio pela goela abaixo do chinoca, espero 3 horas e dou-lhe laxante. Depois, é só pegar no cocó dele e ir vender à ourivesaria. "Ai que nojo, Tiago!" Calma, não é preciso ofender, eu tenho espelho e digo o mesmo todas as manhãs. Ah, estão a falar do facto de levar o coiso do chinês à ourivesaria... Seus morcegos com penas do Burundi, o cocó neste caso não é castanho e cheira mal, mas sim castanho, em forma rectangular, de um papel especial e com o número 50, que é a única nota que ele defeca.
Mudando de assunto, e para acabar o texto de hoje porque tenho o gato no forno, há pelo menos duas coisas que odeio no dia em que faço anos (que, já agora, é dia 30 de Fevereiro, para o caso de quererem dar-me uma prenda). Uma delas é que toda a gente me dá os parabéns, incluindo aquelas que nunca me falam e se estão a borrifar para mim nos outros 364 dias do ano. É muito irritante mesmo (não o facto de não me falarem, porque provavelmente estou a borrifar-me ainda mais para elas). A outra coisa que odeio é o momento de me cantarem os parabéns, quer seja em casa com a família, quer seja quando um amigo passado dos cornos grita "O quê Tiago? Fazes anos e não dizias nada a ninguém?" e toda a gente desata a cantar os parabéns. "As pessoas fazem isso porque gostam de ti, Tiago!" Calem-se, ainda não acabei. Chatos. Não é o acto de me cantarem os parabéns, mas sim o facto de eu não saber o que fazer quando me estão a cantar! Não sei se hei-de bater palmas ou pôr as mãos nos bolsos, se hei-de estar de pé ou sentado, se hei-de olhar para baixo ou para os focinhos das pessoas, se hei-de rir ou estar sério... Enfim, ainda bem que só faço anos uma vez por... ano. Bem, o forno já apitou, o chinês já gritou, a Heidi Klum já chamou... Vou ali e já venho, quando me apetecer. Beijinhos nos cocós... do meu chinês.

domingo, 6 de março de 2011

Afinal não está partida...

Ora muito bem, qual de vocês tem o Rui Pedro escondido em casa? (Não é aquele rapaz que desapareceu há 13 anos e só agora é que estão a começar a investigar a sério, tendo sido acusado de rapto o homem que toda a gente já sabia estar envolvido. Adoro a justiça portuguesa. é com letra maiúscula? Só se usa maiúsculas para coisas dignas de tal. Mas, neste caso, o Rui Pedro é um dos macacos do nariz que tinha no meu frasquinho. É um burrié bonito, pequenino, enrugado e com dois pêlos agarrados.) Vá, não se esqueçam de o procurar, ok? É tudo, obrigado. Até à próxima.
Não, estou a brincar.
Estava eu a passear o meu orangotango quando um primo dele chega-se ao pé de mim e diz: "Tiago, tu que és um deus, um fora de série, explica-me como é que pode haver pessoas tão burras sem o saberem." Eu dei-lhe um amendoim, afaguei-lhe o cabeção, e respondi com uma pergunta: "Oh Antunes, se não houvessem essas pessoas, como é que eu tinha temas para o meu blog?". "Ah, realmente está bem visto." Nisto aparece um animal com 99% do corpo coberto de pêlo e pergunta: "O que é um blog?" Dei-lhe uma lamparina no focinho e um amendoim para não chorar muito alto. Depois disso, pedi ao Antunes para me explicar porque é que estava tão irritado com a burrice das pessoas. Resumidamente, foi uma velhota que ia no autocarro a dizer mal de tudo o que lhe vinha à cabeça (Não, não era a minha versão feminina, porque senão era uma beldade.) A dizer não, a gritar. Começou por berrar "E estas urgências de hoje? Fui lá no outro dia e disseram-me 'Você tem a perna partida'. Afinal não estava partida, estava fracturada! Tive de lá passar a noite e deram-me banho naquelas malgas, que não tem jeito nenhum, a gente está lá expostas, né?" Hum, por acaso já parti ossos, mas também já fracturei. Nas radiografias, a diferença é que numa há uma espécie de falha que divide o osso numa determinada parte, enquanto que na outra há uma fissura que divide o osso numa determinada parte. A senhora tinha toda a razão em refilar. E não gostou de tomar banho no hospital... Quem me dera que me dessem banho todos os dias, nem que tivesse de pagar, e a senhora não gostou que o fizessem gratuitamente. Se tivesse a perna partida, até poderia custar um bocado, mas como só estava fracturada, não havia problema.
Depois, começou a dizer que o país estava muito mau (inguém tinha reparado, ainda bem que ela o mencionou) e que a gasolina aumentaram de repente. Pois, porque aumentaram de menos de 1 euro para quase o dobro, na passagem de Fevereiro para Março. "E parece que o gasóleo também aumentou! Não percebo isto!" Oh minha senhora, isso deve-se ao facto de a gasolina vir do petróleo, enquanto que o gasóleo vem do petróleo, por isso é que se um aumenta, o outro não tem obrigatoriamente de aumentar, porque não vêm da mesma matéria-prima. Percebeu? Óptimo.
Continuou a refilar, só que como tenho uma zebra no forno, vou abreviar a situação. Digo apenas mais uma frase épica da senhora: "Então fizeram agora estas estradas de bicicletas, para parecer bem. Deviam era alargar as estradas dos carros porque ninguém anda de bicicleta!" Exacto, pega-se num dos lados da estrada e puxa-se para tapar as "estradas para bicicletas". Bem, devia era ser atropelada por uma bicicleta com rodinhas pilotada por uma criança de 4 anos, para partir a perna desta vez.
Bem, vou ali dar mais uns amendoins ao primo do meu orangotango, que me contou esta história da velha. Beijinhos nas "estradas para bicicletas", ou então na perna fracturada.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quem ler isto é um camelo. Sem ofensa.

Vocês aqui outra vez? Não era suposto encontrarmo-nos depois de amanhã, no clube homossexual? "Ai, nós não somos homossexuais Tiago, estás a brincar? Somos muito hetero!" Pois claro, está-se mesmo a ver, seus camursários. "O que é um camursário?" É a mistura entre um camelo, um urso e um otário. Por falar em camelos, acho que vou comprar um, porque o preço do fardo de palha tem vindo a descer e arranjei maneira de roubar água ao vizinho do 2º esquerdo. "Para que é que queres um camelo?", pergunta o rapaz que está a comer uma bola de berlim e a beber um Nesquik. Para além de ser um bicho que me faz lembrar o Luisão (por causa das beiças) e de ter duas mamas nas costas, acaba por ficar mais em conta do que um carro.
É bastante fácil encontrar um camelo na margem sul do Tejo, porque um político qualquer disse que era um deserto. Portanto, entro no comboio da Linha de Sintra, sou assaltado, chego a Sete Rios de cuecas, entro num comboio da Fertagus, passo por cima do Tejo (dentro do comboio, entenda-se), saio na primeira estação-cujo-nome-não-sei-por-não-ser-desses-lados-e-não-me-apetece-pesquisar-no-google, saco dum bocado de palha e meto contra o vento. Daí a 2 minutos, aparece um camelo. Acreditem, que é verdade. A partir daí, são só vantagens: deixo de ter de hipotecar a casa para poder comprar gasolina (atingiu valores históricos, e vai continuar a subir), não pago valores exorbitantes em impostos por um carro (chega a ser o dobro do valor de mercado noutros países), e ainda engato moças jeitosas (como a Adriana Lima, que está a escrever a carta ao Pai Natal aqui ao meu lado). Ok, talvez esta última vantagem não seja (totalmente) verdade. Mas há mais duas vantagens, bem mais sérias e importantes do que as já referidas: com os... portanto... as... coiso... com os cocós do camelo, posso fazer uma fogueira que dura 4,234534532 horas sem ter de abater 345234589043 árvores; e dá para usar um camelo como um lança-mísseis. Não sabiam? Como é que acham que o Irão anda a fazer os testes nucleares? Com lança-mísseis caros e trabalhosos? Nada disso. Pega-se no camelo, encaminha-se o bicho até um cepo de uma árvore, mete-se o míssil na sua boca, aponta-se a cabeça para a zona do alvo a abater, mete-se os seus testículos em cima do cepo, pega-se numa marreta e pimba, vai alho! Vão ver que o míssil sai à velocidade da luz ao quadrado redondo. Bem, vou ali ter com a Heidi Klum, que está à caça aos gambuzinos. Até lá, fiquem por aqui. Ou ali. Ou acolá. Ou lá. Ou si bemol.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dor de garganta?

Oi, tudo legal? Qui massa! Ué, não estou escrevendo bem? Peço desculpa, estava a tentar escrever com os parâmetros do novo acordo ortográfico, mas já vi que é melhor desistir. Bom, estava eu a sair do meu barco depois de mais uma noite de pesca em alto mar quando me lembrei das sete baleias que tinha apanhado. Voltei atrás, agarrei-as pelas barbatanas, meti-as às costas e carreguei-as até ao parque de estacionamento onde tinha deixado o meu Smart. Meti-as ao lado do elefante que tinha na bagageira, dei uma lamparina no hipopótamo para sair do lugar do condutor e segui viagem até ao meu challet de praia. Quando parei num semáforo, ao lado do Sócrates numa scooter, deu-me uma pontada na garganta. "Oh lá, isto deve ser uma dorzita de garganta...", pensei, com perspicácia. "É melhor ir ao médico" disse eu ao hipopótamo, enquanto lhe dava outra lambada para ficar quieto e não fazer cócegas ao elefante. Deixei a bicharada toda em casa e fui até ao consultório do Doutor Silva. "Ah e tal, doi-me a garganta." Ele cofiou a barba, olhou-me nos olhos, coçou a ponta do nariz, olhou-me outra vez nos olhos, mandou-me um beijo enquanto sorria de forma sedutora e, por fim, disse: "É capaz de ser uma dor de garganta. Vou receitar-lhe um xarope para a dor de garganta." Pegou numa das 234534 canetas que tinha na mesa e começou a escrever na folha de receitas. Eu acho que os médicos deviam trabalhar menos, coitados. Se reparem, andam tão cansados que quando começam a escrever, adormecem. Depois acordam. Depois adormecem. Depois acordam. Depois adormecem. Por isso é que a letra é tão má, é uma espécie de sismograma: linha (quando adormecem)... terramoto (altos e baixos, quando acordam)... linha (adormecem)... terramoto (acordam). Hão-de reparar, depois digam qualquer coisa. Está bem? Porreiro. Vou-me embora, mas antes disso, tenho mesmo de pedir para começarem a aparecer minimamente apresentáveis. Ainda não perceberam que os fatos de treino verdes e/ou roxos já não se usam? Sinceramente, prefiro que apareçam nus. Não, estava a brincar, quietinhos. Voltem lá a vestir a roupa, que ainda se constipam ou ficam com dores de garganta. Menos a moça jeitosa, essa pode continuar sem roupa, não me importo. Vou caçar gambozinos com a Heidi Klum, até ao dia em que me apetecer.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Bora para o Egipto?

Olhem para a direita. Vá, olhem lá. Não, a outra direita... Isso. Agora metam a mão esquerda na testa e digam "hemorróidas" enquanto tiram macacos com o indicador da mão direita. Pronto, agora que já fizeram figuras tristes, podemos começar. Eu quero ir passar férias ao Egipto. A sério. É um país que tive sempre debaixo de olho, mas agora tem vários bónus no pacote de viagem. Ora reparem: se estiverem entediados, sempre podem ir à janela ver as batalhas entre a população, com direito a espancamento até à morte dos mais malandros e tudo; banda sonora única, incluindo tiros, gritos e alarmes; respirar fumo; no caso de fazer frio, o que não vão faltar são carros a arder. (Adriana, já lhe disse para esperar, deixe-me só acabar de esfolar este gato e já lhe vou fazer companhia. Olhó gajo, já há algum tempo que não aparecias. Infelizmente, vou ter de te fechar, porque se te mantivesse aberto, vinha um egípcio e matava-te à pancada. Eh lá, vem aí um, foge!). O quê? Acham que é má ideia viajar para lá agora? Ainda há uns dias me diziam que era uma viagem de sonho...Vocês fazem-me lembrar um certo treinador de uma certa equipa de futebol de uma certa faculdade onde joga um certo jogador que refila quando faço, mas também quando não faço. "Vá pessoal, abrandem um bocado para ficarem mais espaçados, estão muito juntos." Ao fim de 2 segundos, "F$/#$=%$ Tiago, tás a correr devagar porquê?! Depois queres ser titular!" Enfim, bipolaridade é lixada. Por falar em não compreender a cabeça de algumas pessoas, existem apenas duas que não consigo entender: o mister referido atrás e a mulher. Aliás, a Mulher, estou a falar de todas as mulheres. O cérebro da mulher é tão complexo que nem com uma taça de chocapic no estômago consigo perceber. Nem me vou dar ao trabalho de falar de como são complicadas nos assuntos amorosos, porque constatar o óbvio não é comigo. Segundo o estudo de um (ou mais, não sei, já estava bêbedo na altura) engenheiro da Energia e do Ambiente (sim, este curso existe... Deve ser tão fácil que se faz com uma perna às costas, sem cálculos nem física), as mulheres têm certos hábitos que são, no mínimo estranhos. Destaco dois: pôr a mesa e guardar as canetas no estojo. (Calma, não são estes os hábitos estranhos. Irra, sempre a interromper. Eu sei que tinham saudades dos parêntesis, mas já chega.) Quando põem a mesa, depois de levar duas lambadas bem arrefinfadas do marido/namorado/pai/filho/sobrinho/neto/amigo/vizinho/mendigo-que-gentilmente-trouxe-para-casa-para-o-alimentar (somos os maiores), colocam primeiro o prato, depois o garfo, de seguida o guardanapo e, só no fim, a faca e o copo. E não pode ser de outra maneira, senão desatam aos gritinhos histéricos. "Ai! O garfo não pode ficar para último, senão a comida vai dar azia!" Vá, se calhar estou a exagerar um bocadinho, mas é de facto a ordem que a maioria das senhoras usa para pôr a mesa. Outro hábito estranho é colocarem as canetas com as tampas/pontas viradas para o lado que fecho do estojo abre. Hum... Porquê?! Para tirarem os apontamentos na aula 3,5235432432 milésimos de segundo mais rápido do que eu?! "Ai, deixa-me cá arrumar as canetas todas para este lado, assim não perco tempo nenhum a virá-la na minha mão!" Suas malucas. Vá, a Adriana Lima não se cala e, como é óbvio, não se deixa pessoas feias à espera. Olha, agora é que percebo porque é que me deixam sempre a apanhar grandes secas. Beijinhos no vosso lado egípcio.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

29 de Fevereiro

Quando eu era pequenino, tinha para aí 1,5 metros de altura, era uma criança muito curiosa. Passava a vida a fazer perguntas, digamos, estúpidas. Ainda hoje as faço, mas isso agora não interessa. Certo dia, estava eu a comer um Magnum branco por 180 escudos (ah pois, hoje custa mais do dobro) na mercearia do senhor Luís, quando oiço duas velhas à conversa. Não é que fosse cusco, mas já se sabe como são estas conversas: gritos com fartura, para que toda a gente fique a saber o que se passa no bairro. "Ah sim, este ano é bissexto, tem 366 dias. Lá vamos nós ter mais um dia em Fevereiro." Bom, eu tive de me meter. "Desculpem estar a interromper, mas gostava só de acrescentar uma curiosidade: de 4 em 4 anos há um ano bissexto porque o objectivo é manter o calendário anual ajustado com a translação da Terra e com os eventos sazonais relacionados com as estações do ano." Não, estou a brincar, acabei de copiar isto da Wikipedia. O que eu realmente disse foi: "Ah, então qual é o dia que aparece a mais?" Como é óbvio, a outra senhora disse-me que era o 29 de Fevereiro. Cheguei a casa e perguntei à minha mãe: "Oh mãe, posso comer Chocapic?" Ela deixou, e então fiz outra pergunta: "Quantas vezes há anos bissextos?" Lá me explicou que é de 4 em 4 anos, para a translacção coiso e tal. "Ah... Então quer dizer que só há 29 de Fevereiro de 4 em 4 anos?". "Sim, agora deixa-me continuar a ver o Big Show Sic." respondeu-me, já impaciente porque queria ver o Macaco Adriano a dar uma lambada ao João Baião. Eu fiquei, nessa altura, em pânico. "Então... Então quem tem a sorte de nascer a 29 de Fevereiro só faz anos de 4 em 4 anos? TAMBÉM QUERO! ASSIM ENTRAVA NA PRIMEIRA CLASSE JÁ COM CARTA DE CONDUÇÃO!". Bem, a minha mãe fez-me aquele olhar "desculpa-filho-mas-tu-és-adoptado-por-isso-é-que-és-tão-burro" e mandou-me pela janela. E assim foi. Se querem um conselho, não nasçam a 29 de Fevereiro, assim vão poupar o cérebro de atrasados mentais como eu. Por hoje é tudo, que tenho uma panela de canja ao lume. Adeus.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Bla bla bla bla Wiskas saquetas

Pois, é melhor ficarmos assim antes que haja chatices entre nós. Sim, estou a falar convosco, seus camelos da Antárctida. Pensavam que conseguiam enganar-me? Isso é que era bom, eu arranjo sempre maneira de vos encontrar e dar-vos uma seca de dois minutos. Bem, no caso da menina de pijama com ursinhos, aposto que demora, pelo menos, o dobro do tempo a ler os posts. Sua burra. Estava eu a comer a ração do meu cão enquanto via televisão quando, de repente, aparece um sujeito, no mínimo, surreal e engraçado, a ser entrevistado. Ao fim da terceira palavra, consegui perceber que afinal estava a falar português, mas com sotaque madeirense. "Olha, se calhar é o tal candidato à Presidência da República que passa a campanha a atacar os outros e, principalmente, o Alberto João Jardim, em vez de dizer se vai fazer alguma coisa pelo país.", disse eu ao Geremias, o meu amigo imaginário. Ele não me respondeu porque estava ocupado a olhar para uma bola de cotão que tinha encontrado no umbigo, mas percebi pela posição dos seus pés que estava a concordar comigo e que, de facto, era mesmo o José Manuel Coelho que estava na televisão. A certa altura, o senhor diz "Nã sou come esses pates braves de gravata que andam aí a roubar o dinhere dos contribuintes" (Tradução: não sou como esses patos bravos que andam aí a roubar o dinheiro dos contribuintes. Sim, esta tradução é só para quem tiver um QI abaixo de 40, equivalente a atraso mental profundo, porque é um sotaque que se percebe perfeitamente quando falado por pessoas normais) e foi aí que me engasguei e mordi a bochecha, falhando o processo de mastigar um bocado de ração. Ora bem, já toda a gente mordeu a bochecha, não me venham com tretas. E sabem que dói muito, até nos vêm as lágrimas aos olhos e a dor espalha-se até ao ouvido. Daí a uns minutos, começa a inchar. A não ser que a pessoa em questão esteja a soro e, por isso, não precisar de mastigar comida (mas ser estranho morder a bochecha se não mastigou nada), é quando começa a inchar que se dá início a um jogo engraçado: tentar não voltar a mordê-la. Começamos a mastigar mais do lado contrário, para evitar acertar no inchaço, mas basta uma distracção para morder de novo e voltar tudo à estaca zero. Ao fim de três ou quatro dias, já está quase curado, lembramo-nos de comer qualquer coisa à bruta e pimba, lá volta o inchaço. Bem, esta conversa deu-me fome, pena a ração do meu cão já ter acabado. Se calhar vou experimentar as Whiskas Saquetas do meu gato, a ver se é bom. Pelo menos não são rijas, e assim não estrago a placa. Por falar em gente com placa, alguém me arranja o número do Carlos Castro? É que gostava de enveredar pelo mundo da moda e... Ok, esqueçam lá.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Entre o queixo e o pescoço, não se mete a colher...

Vamos lá a ver se chegamos a um acordo: ou começam a aparecer aqui vestidos, ou então eu também começo a aparecer todo nu. Acreditem, é algo que vocês não vão querer ver. Sabem aqueles esqueletos que antigamente sorriam-nos nas aulas da primária? Não estou a falar da professora, porque cadáver andante e esqueleto são coisas distintas. Pois, eu sou um desses, mas com pele e barba. Bem, já que estamos numa de anatomia, vamos ver um episódio da série. Lá estou eu na brincadeira, não vamos nada. Estava eu muito descansado a fazer flexões há 7 horas enquanto fazia uma garoupa salteada no forno para o lanche, quando vejo uma notícia que, para além de estranha e, até, extremamente ridícula, estava mal explicada. Querem saber? Não me interessa, eu digo na mesma, quem manda sou eu. "Jovem sofreu um golpe entre o pescoço e o queixo quando manuseava uma navalha." Deixem-me só parar de rir, que já retomo o texto... Já está. Bom, saltando a parte em que o jovem deve ter pensado "está no intervalo dos Morangos com Açúcar, deixa-me cá manusear a navalha por uns minutos." e pôs-se a brincar com aquilo como se brincava antigamente com um iô-iô, não consigo perceber em que parte do corpo é que ele se cortou. Vamos por partes, de cima para baixo: ar, cabelo, testa, olhos, nariz, bigode farfalhudo ou buço descolorado no caso das meninas, queixo, pescoço, peito... Ora bolas, devo-me ter esquecido de alguma coisa entre o queixo e o pescoço... Outra vez: coiso, coiso, coiso e tal, coiso... Fogo, esqueci-me outra vez, porque tem de haver alguma coisa entre o queixo e o pescoço. Se vinha numa notícia, é porque essa zona existe... Sinceramente, senhor jornalista que fez esta notícia: Ou diz o nome do que existe entre o queixo e o pescoço, ou então para a próxima vez que o jovem se cortar entre o pescoço e o queixo (mudei a ordem porque sou bué fixe e rebelde), diga apenas que ele se cortou, está bem? Muito obrigado, pode voltar ao seu trabalho. Quanto aos meus três leitores e meio, desejo-vos uma semana cheia de qualquer coisa que não traga coiso, que isso é tramado para o reumático. Beijinhos na zona entre o queixo e o pescoço (ah, quase que conseguia evitar dizer isto...)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Saudades?

Eh lá, o que é que se passou convosco? Esses dias de festa fizeram-vos mal, não foi? Só boa comidinha feita pelas avós e tias, e os doces às toneladas. Mas vá lá, não estão assim muito gordos, admito que só reparei nisso quando vos vi rebolar até ao computador. Tiveram saudades minhas? A menina de camisola azul e o rapaz todo nu, façam o favor de sair, que eu bem ouvi as vossas respostas negativas. Pois é, não foram os únicos a ter saudades de alguma coisa. Aqui há uns dias, estava eu a molhar uma rabanada na coca-cola enquanto olhava para a televisão, e vi uma notícia, no mínimo, estranha. Não, não é nada sobre o maior bolo-rei nem sobre o Pai Natal mais velho do mundo. A notícia era mais ou menos assim: homem em liberdade precária assalta um carro, cujos ocupantes eram ambos polícias, a 5 metros de uma esquadra. (Pausa para assimilarem a informação... Podemos prosseguir.) Hum, deixa cá ver... É melhor abordar a coisa por partes. Primeiro: se o raio do homem está em liberdade precária, porque é que se lembrou de assaltar um carro? "Ah, deixa cá assaltar um carro só para matar saudades." Será que ele não se lembrou que foi graças a vários assaltos que passou a ver o sol aos quadradinhos e a ter cuidado para não deixar cair o sabonete no banho? Segundo: se estava sozinho, para que é que foi assaltar um carro com dois homens lá dentro? "A musculação que fiz no ginásio da prisão tem de ser comprovada, deixa cá ver um carro que tenha dois homens que me possam dar uma tareia de caixão à cova..." Escolha errada porque, para seu azar, escolheu não só dois homens, mas também dois polícias. Boa Zé Mãozinhas, com essa sorte devias ter jogado na lotaria de natal. Terceiro: porque é que foi exercer a sua profissão ao lado de uma esquadra? Não é perto de uma esquadra, mas sim ao lado. Era para dar mais pica? Sinceramente, o raio do bicho devia adorar o bacalhau cozido da prisão, porque foi aí que passou a consoada. É verdade, achavam que eu não tinha uma prenda para vocês? Já me deviam conhecer, gosto tanto de vocês que deixei um presente para cada um num armazém ali como quem vai para coiso, mas antes de chegar a tal sítio. Quando chegarem ao armazém, procurem o senhor de verde e ele vai-vos perguntar: "Ovos?". Vocês vão ter de dizer a senha, que é "Arroz di galhinha". Ainda aí estão? Despachem-se!