Eh lá, o que é que se passou convosco? Esses dias de festa fizeram-vos mal, não foi? Só boa comidinha feita pelas avós e tias, e os doces às toneladas. Mas vá lá, não estão assim muito gordos, admito que só reparei nisso quando vos vi rebolar até ao computador. Tiveram saudades minhas? A menina de camisola azul e o rapaz todo nu, façam o favor de sair, que eu bem ouvi as vossas respostas negativas. Pois é, não foram os únicos a ter saudades de alguma coisa. Aqui há uns dias, estava eu a molhar uma rabanada na coca-cola enquanto olhava para a televisão, e vi uma notícia, no mínimo, estranha. Não, não é nada sobre o maior bolo-rei nem sobre o Pai Natal mais velho do mundo. A notícia era mais ou menos assim: homem em liberdade precária assalta um carro, cujos ocupantes eram ambos polícias, a 5 metros de uma esquadra. (Pausa para assimilarem a informação... Podemos prosseguir.) Hum, deixa cá ver... É melhor abordar a coisa por partes. Primeiro: se o raio do homem está em liberdade precária, porque é que se lembrou de assaltar um carro? "Ah, deixa cá assaltar um carro só para matar saudades." Será que ele não se lembrou que foi graças a vários assaltos que passou a ver o sol aos quadradinhos e a ter cuidado para não deixar cair o sabonete no banho? Segundo: se estava sozinho, para que é que foi assaltar um carro com dois homens lá dentro? "A musculação que fiz no ginásio da prisão tem de ser comprovada, deixa cá ver um carro que tenha dois homens que me possam dar uma tareia de caixão à cova..." Escolha errada porque, para seu azar, escolheu não só dois homens, mas também dois polícias. Boa Zé Mãozinhas, com essa sorte devias ter jogado na lotaria de natal. Terceiro: porque é que foi exercer a sua profissão ao lado de uma esquadra? Não é perto de uma esquadra, mas sim ao lado. Era para dar mais pica? Sinceramente, o raio do bicho devia adorar o bacalhau cozido da prisão, porque foi aí que passou a consoada. É verdade, achavam que eu não tinha uma prenda para vocês? Já me deviam conhecer, gosto tanto de vocês que deixei um presente para cada um num armazém ali como quem vai para coiso, mas antes de chegar a tal sítio. Quando chegarem ao armazém, procurem o senhor de verde e ele vai-vos perguntar: "Ovos?". Vocês vão ter de dizer a senha, que é "Arroz di galhinha". Ainda aí estão? Despachem-se!
Sem comentários:
Enviar um comentário