segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Comando na mão, carrega no botão!

Desculpem lá, mas não têm vergonha? Já não tenho direito à minha privacidade? Estou eu descansadinho no meu sofá e a fazer festinhas ao meu caracol de estimação e vocês aí a espreitar, parecem as velhas da minha rua à janela. Não! Não se vão embora! Fiquem aqui comigo, que o caracol já adormeceu e a Heidi Klum está a fazer o jantar. Bom, vamos falar de algo que todos gostaram de ver. E não digam que não viam, porque é mentira. Toda a gente, de uma certa geração, viu. Não estou a falar dos Morangos com Açúcar, parem de me atirar pedras da calçada à cabeça. Mas, vendo bem, dava no canal em que essa comédia passa actualmente. Querem que desembuche? Está bem, hoje como estou bem disposto, não refilo. Lembram-se do Batatoon? Claro que se lembram, nem faziam os trabalhos de casa de matemática só para verem o programa. Era apresentado pelo Batatinha e pelo Companhia, mas a certa altura o segundo espetou umas batatas no primeiro e foi fazer companhia ao Zé da esquina. Mas antes de haver a separação, o programa tinha audiências esmagadoras. Uma das coisas que mais me fazia confusão era quando mandavam o presente para casa da criança que participava no concurso pelo telefone. Como é que era possível enviar algo a partir de uma câmara de filmar até nossa casa? A principio diziam que recebíamos pela televisão, mas a partir de uma certa altura já era pelo vídeo. E quem não tivesse vídeo? Tinha de ir levantar aos correios, querem ver? Era só o que faltava! Ria-me a bandeiras despregadas e entornava o meu leite com chocolate quando o Batatinha perguntava "Então Asdrúbal, já recebeste o presente aí em casa?" e a criança respondia com aquela voz aguda e inocente "Ainda não...". O senhor palhaço insistia "Ah, e agora?", o que fazia a criança ainda mais triste por pensar que tinha de deitar fora a televisão, já que devia estar estragada por não receber o presente. Agora que estou a pensar, para além de segurar o bolo enquanto se cantava "Os parabéns" na versão do Batatoon (ainda hoje essa música assombra-me nos piores pesadelos... "Bolo e laranjada, muitos doces para ti! É o teu aniversário, vamos festejar, os amigos estão aqui! Mil felicidades e amor no coração..." Boa, agora fiquei com ela na cabeça. O que me safa é que vocês também ficaram a cantarolá-la e vão andar assim até ao resto da semana. Querem que feche? Hoje estou um coração-mole, vou fazer o que me pedem.), não me lembro de ver o Companhia a fazer mais nada... Ah, também se punha no meio das crianças que estavam a assistir. Hum, cá para mim foi por isso que deu na tromba ao Batatinha, ele não o deixou... com a filha dele... Estão a ver? Bem, isto já sou eu a entrar nas suposições. Também suponho que 90% das pessoas que lêem este blog vestem mal de cara e não ando para aí a dizer a toda a gente. Só digo à Heidi e à Adriana. Não, agora a sério, o que interessa é o interior das pessoas, não a beleza exterior. Exacto. E uma pessoa feia por fora mas bela por dentro, com o passar do tempo torna-se linda. Claro, estou mesmo a imaginar apaixonar-me pela Maya. Por falar em Maya, já me cheira a costeletas de porco assadas, está na hora de ir jantar. Beijos na espécie de parafuso que o Companhia tinha na cabeça.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mão direita é penalty!

Estava eu a jantar com a Manuela Ferreira Leite, quando de repente comecei a sentir-me mal. Não percebi bem o porquê, mas deve ter sido uma alergia à comida. Vim-me logo embora, depois de pagar a conta, porque a dita senhora é mesmo muito poupadinha. Mas quando tocou a comer, pediu um bitoque inteirinho, a marota. Hoje acordei e, depois de ir ao banco pedir um empréstimo para cobrir os gastos da noite, tive de pedir desculpas à Heidi Klum por não ter ido jantar com ela. Quem me disse para o fazer foi a Adriana Lima, que está comigo neste momento, a afagar os meus longos e loiros caracóis. Oh burra, tira-me o cabelo dos olhos, que assim não vejo aquela moça que está a arranjar as sobrancelhas enquanto lê isto. Assim está melhor, já tens direito ao almoço que vou mandar vir do Restaurante do Manel. "Oh Tiago, pára lá de empatar e diz qualquer coisa de jeito!" Pronto, vocês é que mandam: sou uma dádiva de Deus. E então quando estou calado, sou mesmo engraçado. Sou daquelas pessoas que quando morrer, vai estar tudo a rir e a comer rissóis no meu funeral. Se forem convidados, façam-me só um favor: não comam chamuças, porque depois vou a cheirar a fritos para a cova. Por falar em cova, outro dia deu na TVI uma reportagem sobre adolescentes na noite. "Epa, só agora é que falas disso? A reportagem já deu há bastante tempo!" Desculpem lá, é que a minha televisão é a pedal e só me apetece pedalar uma vez por semana. A primeira coisa que me veio à cabeça foi: "Os pais destas crianças não têm a noção das coisas?". Posso estar a parecer antiquado, mas miúdos e miúdas de 13 anos a afogarem-se no seu próprio vómito não é algo muito normal. Entre eles, quem não beber 247 shots e não estiver sempre de cigarro na mão é posto de parte. No meu tempo, como se eu fosse muito velho, os rapazes que não sabiam jogar à bola e as raparigas que tinham buço é que eram postas de parte, mas enfim. O mais engraçado é o que vem a seguir, que divide-se em duas hipóteses: ou os pais vêm buscá-los, ou vão de transportes para casa. A primeira hipótese, estranhamente, não culmina em chapadas na tromba dos meninos devido ao estado lastimável em que se encontram. Pior do que eles só o Jorge Palma num dia normal. A outra hipótese ramifica-se em vários fins possíveis, todos eles bastante engraçados. Mais engraçados do que eu, curiosamente (mas também não é difícil. Já se estavam a perguntar se hoje não abria nenhum, não estavam? Vocês refilam mas não passam sem o belo do parêntesis estúpido e desnecessário. Hoje fechamos mais cedo). Ou esperam que o coma alcoólico passe para poderem apanhar o táxi/comboio/boleia de um oportunista que lhes quer apenas e só fazer festinhas e não quer violar/raptar/tirar órgãos, ou vão de ambulância até ao hospital mais próximo, para fazer uma lavagem ao estômago. Os pais dos miúdos é que devem ter levado uma lavagem cérebro, para serem tão burrinhos. "Ai Tiago, estás mesmo um velho careta!" Desculpem lá, é que o meu mais velho começou a sair à noite e sou eu quem o vai buscar, e como tal vejo certas coisas. Bom, vou encomendar o almoço, que a Adriana portou-se bem. Beijinhos nos copos de shots.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Olhó que chove!

Esperem só um bocadinho que estou a ajudar um senhor a estacionar. Pode vir, pode vir, pode vir, pode vir, pode vir, pode vir ver a porcaria que acabou de fazer. Bom, olá a todos meus queridos e estimados leitores! Ena, tanta emoção por me verem. Vá, desliguem lá a televisão. E não façam essa cara, ainda agora estavam a dizer "Bolas, não dá nada de jeito." Estava eu a comer uma ratazana assada na tasca do Ti Zé enquanto bebia baba de morcego do Cazaquistão, quando fui raptado por aliens. Não, estou a brincar, isto já é a baba de morcego a falar mais alto. Como não tinha nada para fazer, visto que a Adriana Lima tinha ido à casa de banho (e para despir as cuecas demora cerca de 5 minutos e 42 segundos. É o que dá ter 3.47m de pernas. Pois é, abri outro. Qualquer dia tenho um centro comercial só de parêntesis, com tantos que abro. Em tempo de crise, as empresas fecham mas eu abro parêntesis. Ora bolas, a ASAE fechou-me este.), pus-me a ouvir a conversa dos velhos e velhas que me rodeavam. "Já viu Geromilda, os dias estão a ficar mais pequenos!" Não, haviam de ficar iguais só para elas. Aposto que todos os anos dizem isso como se fosse uma novidade. E também houve uma que disse "Já viu como anda o tempo? Tanto calor e de repente vem um dia de chuva! Está tudo maluco, o tempo no meu tempo não era assim!" Sim, esqueçamos o "tempo no meu tempo", nem vou dizer nada sobre esse atentado. Este dinossauro não deve conhecer o processo de evaporação, para ele só chove quando há humidade no sótão da casa que ele tem em Trás-os-Montes-às-Costas. Bem que podia, depois de fazer o seu cocó, limpar-se a uma folha de lixa. "Ai Tiago, és mesmo mau!" Pois sou, eu sei. Não se metam comigo, senão não vos faço absolutamente nada. "Ai Tiago, andas mesmo fraquinho de piadas." Até parece que alguma vez fui forte a ter piada. Mas forte é a nossa justiça, que apanha pedófilos e solta-os logo a seguir. Ao contrário do que podem pensar, eu fazia o mesmo, porque na prisão eles eram logo mortos, e isso não tinha piada. O que eu fazia era, antes de os soltar, usava-os para misseis anti-aéreos. Pegava num de cada vez, vocês tiravam-lhe as calças (não, havia de ser eu a despi-lo, querem ver...), punha-lhe os testículos num cepo duma das poucas árvores que arderam este ano, colocava um míssil na sua boca, apontava a cabeça para o médio-oriente e dava-lhe com um maço mesmo nos coisos. Depois já o podia soltar, duvido é que ele conseguisse falar com uma voz mais grossa do que a do guarda-redes Ricardo. Por falar em guarda-redes... Esqueçam lá, ia sair uma piada fácil. Ele que vá aquecer um lugar na tribuna VIP que é o melhor que vai conseguir na carreira. Bem, a Adriana já fez chichi, por isso despeço-me de vocês, menos das duas meninas que estão a fazer crochet enquanto lêem isto.

sábado, 21 de agosto de 2010

7 thins I hate about you!

Estava eu a esfolar o coelho que atropelei para fazer um belo coelhinho no forno, quando reparei que não tinha sal grosso. Quem sou eu sem sal? Ninguém. Quem sou eu com sal? Ninguém. Saí de casa e arranquei na minha lambreta em direcção à mercearia do senhor Manuel para comprar uma saca de 20 kg, porque eu gasto bastante sal. Quem é que eu encontrei? A Jaquina, aquela minha prima-tia-avó afastada que tem uma verruga no bigode e é manca de um braço. Não é dos dois porque perdeu o outro num acidente com uma cegonha. Lá tive de fugir dela na minha potente lambreta, juntamente com a saca de 20 kg. Parecendo que não, o peso conjunto da saca e da minha bela pessoa ainda perfazia uns 30 kg. Consegui chegar a casa, meti 1 kg de sal no tabuleiro, juntamente com o coelho, só para dar sabor, (O coelho é que ia dar sabor ao sal, entenda-se. Oh meu Deus, que parêntesis tão bem metido! Olha o gajo, estás bom? A família, vai bem? Aposto que os rebentos já estão enormes, e que o mais velho já tem voz de homem e barba! O quê? Tens de ir? Está bem então, prazer em ver-te!), e fui ver televisão. Estava no Disney Channel. "Tiago, porque é que estava a dar Disney Channel? Não vives sozinho?" Não, vivo com a Heidi Klum nos dias pares e com a Adriana Lima nos ímpares. Como hoje era dia par, está a bela loirinha cá em casa, por isso foi ela que deixou no Disney Channel enquanto foi buscar o óleo para me fazer uma massagem na omoplata esquerda. E o que é que estava a dar no Disney Channel? Hanna Montana! Sim, a rapariga até canta bem, é engraçadinha, mas não passa disso. Mudei aleatoriamente de canal e calhou num de música. "O que é que estava a dar?, perguntam vocês... Mais alto, só ouvi a moça que está a comer uma barra fitness chocolate. Ah, assim está melhor, já fiquei surdo do ouvido esquerdo. Bom, estava a dar o concerto de uma mulher ruiva, bem jeitosa por sinal, bastante bonita, e com menos roupa do que o meu coelho esfolado. Fiquei a olhar para o ecrã, já que não tinha mais nada para fazer e a Heidi sabe mesmo como fazer boas massagens. E outras coisas boas. Passar a ferro e essas coisas, estão a pensar o quê? Vamos lá a ver se temos o burro nas couves. Quando acabou a música, apareceu em rodapé "Miley Cyrus". Mau. Essa não é a mesma que faz de Hanna Montana? "É!", respondem vocês. Eu sei, era uma pergunta retórica, seus caracóis com pêlos. Então quer dizer, aquela moça que irritava todos os adultos que queriam ver notícias ou a novela e tinham de gramar com Disney Channel é a mesma que agora faz os pais perguntarem "Oh filha, não queres que o pai vá contigo ao concerto dela? É que ainda és pequenina e aquilo pode ser perigoso."? Não é que a moçoila está feita numa bela mulher? Além disso, tem talento, não é só beleza. Pode não ser muito inteligente, mas também não se pode exigir muito de uma cidadã americana, já é bom não se esquecer das letras. O que é certo é que hoje em dia toda a gente vê a Miley Cyrus: os pequeninos vêem a Hanna Montana, as adolescentes vêem os concertos e ouvem as músicas da Miley Cyrus, os adolescentes e os homens vêem os videoclips e os concertos, nem que seja sem som, e as mulheres vêem o que quer que seja, desde que não esteja na hora da novela. "Ai Tiago, és mesmo machista!" Não, não sou, por alguma razão as novelas dão em horário nobre. Não estão a ver porquê? Então olhem para a vossa direita. Agora que fizeram figura de atadinhos, eu digo-vos. A razão é que as novelas são, a seguir aos telejornais e aos jogos de futebol, os programas televisivos com mais audiências no nosso país. Se tenho algum fundamento para dizer isto? Não, só espero que não esteja a meter a pata na poça. Por falar em pata, vou ver do coelho que usei para temperar o sal, que já deve estar quase pronto, e acabou-se o óleo à Heidi. Beijinhos no comando da televisão.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

BMW: Pelo prazer de conduzir.

Sim, guarda isso aí. Não, na prateleira de cima. Gente burra é assim, já não se arranja escravos como antigamente. Comprei este no chinês e não vale grande coisa. Ao fim da primeira semana tive de mudar as pilhas e soldar dois fios ao pé do pâncreas. Ficou um cheiro a porco queimado que não se podia, deu-me uma fome dos diabos e fui logo fazer uma sandes de courato com milho e alho francês. Ora bem, vamos lá ao tema de hoje, que não tenho a vossa vida. Sim, que vocês acordam ao meio dia, comem pizza do dia anterior, vão para a praia, voltam com um escaldão porque protector é para nabos, encomendam duas pizzas, comem só uma, vão para o café à hora do costume, e acabam por ir para o bairro alto, que aquilo bate todos os dias e é bué de baril. Não sabem é como voltam, porque adormecem na calçada e acordam na vossa cama sem roupa interior. Hum, sinistro. Bom, continuando, ou melhor, começando. Estava eu muito descansadinho a voltar da reunião secreta para tomar posse da Junta de Freguesia da Chamusca de Cima à Direita, juntamente com dois membros do clube, quando as duas aventesmas se lembram de regar as plantas. Eu, que tenho a mania que sou mais esperto que o Marcelo Rebelo de Sousa aos sábados à tarde, decidi continuar a minha caminhada e eles que corressem quando acabassem a rega. Ao virar a esquina, deparo-me com um bmw preto de vidros fumados ,parado, com matricula inglesa. Pensei que fosse o Ramires com um amigo, mas depois lembrei-me que o rapaz não conduz, porque vai a correr até onde precisar. Ao atravessar a rua, ligaram o carro e vieram na minha direcção. Avisei os outros de maneira discreta, conseguindo não acordar dois velhinhos que moram na ponta oposta do bairro, e voltei para o outro lado da estrada. Decidimos andar um bocadinho mais rápido, porque estava a ficar frio e ainda apanhávamos uma constipação com o vento nas costas. O carro deu a volta e veio atrás de nós, sempre em marcha lenta. Quando parávamos para atar os sapatos ou para comer folhas dos pinheiros (dizem que faz bem aos dentes e ao hálito. Achavam que não ia abrir um parêntesis? Eu sou um homem de palavra, duvidosa, mas pronto, é o que se arranja. Tenho calor na barriga e frio no resto do corpo. Preciso que o meu escravo do chinês me segure o portátil longe do corpo e que me aqueça os pés com paninhos quentes. É bom que tenha quatro braços, senão corto-lhe uma orelha para a sandes do lanche da manhã. Estamos fechados para balanço.), o carro também parava. Quando fugíamos de uma traça, eles também aceleravam. Por fim, decidimos, por telepatia, fazer uma corrida de velocidade até casa, e o carro também quis. Ainda conseguiu entrar no estacionamento, mas depois desistiu por falta de espaço de manobra, enquanto nós entrávamos no prédio e eu abria a porta de casa a tremer, por causa do café que tinha bebido há três semanas atrás. E foi assim o meu serão, normalíssimo. A única coisa estranha foi uma folha de uma árvore que me pareceu olhar de maneira esquisita, cá para mim queria raptar-me e tirar-me os órgãos para tráfico. Bom, beijinhos no pâncreas, se não forem escravos do chinês. Se forem, tenham cuidado com o fusível que está no dedo grande do pé esquerdo, que mais dia, menos dia, vai dar o berro. No chinês do Martim Moniz arranjam isso por 3 euros.

domingo, 15 de agosto de 2010

Lisboa menina e moça, menina!

Estava eu a tomar o meu pequeno almoço do costume, uns belos testículos de boi-almiscarado polvilhados com caspa de morcego da Mongólia, quando me lembrei da noite anterior. "Não venhas com conversas menos próprias ou sobre bebedeiras!" Vocês não perdoam, ainda nem comecei a aparvalhar e já me estão a bater. Nada disso, ontem à noite fui vender cachorros quentes para a baixa, e apareceu a ASAE. Ou deverei dizer a PIDE? Não, agora a sério, fui andar de bicicleta, descer aquelas belas escadas todas polidas e íngremes que quase me levavam ao céu (não em termos de prazer sexual, mas sim porque ia caindo de forma grave e aí iria falar com Deus na mesma mesa. Olha que giro, um parêntesis! "Oh Tiago, já enjoas com os parêntesis!" Também vocês já enjoam com o cheiro a fritos e eu não me queixo, sim? Pronto, só por causa disso hoje fecho mais cedo.), ficando toda a gente a olhar. Havia três tipos de gente a olhar: os que admiravam o grupo de ciclistas a descer as escadas a alta velocidade, os que olhavam para as bicicletas e pensavam numa maneira de as roubar, e os bêbedos, que olhavam para nós mas nem nos viam. Pelo meio, fizemos algumas paragens, onde confraternizámos com pessoas (acho que lhes posso chamar isso), no mínimo, estranhas. Um homem de bigode e camisa aberta até meio, com uma bebedeira maior do que a do Jorge Palma ao fim da noite, perguntou se estávamos a andar de mota pelas escadas. A nossa sorte foi que os sorrisos que esboçámos ficaram tapados pelos capacetes, porque senão a faca de talhante que ele tinha na mão para tratar das bifanas ia ter alguma utilidade. Também tive uma experiência de conversa com uma coisa que nunca tinha visto na vida: um rapaz na casa dos 20 anos com trissomia 21... bêbedo. Tentem ficar um minuto sem rir ao imaginar esta personagem que veio falar comigo... Estão a ver? Também não aguentaram. Eu bem que tentei, mas tive de fingir que estava com um problema na roda da frente, disse-lhe que tinha pisado um esquilo e ele riu-se a bandeiras despregadas. Pelo menos deixou de falar comigo. "Ai Tiago, és mesmo mau!" Eu não sou, Deus é que gosta de me testar. E normalmente chumbo nos seus testes, com brutas negativas. Quando tirei o meu esquilo imaginário da roda, o moço perguntou-me: "Quantos é que vocês são?" Éramos três, mas ele não conseguia perceber. Eu levantava um dedo de cada vez: Um, dois, três. Mas o rapaz não era da mesma opinião, dizia que éramos seis. Lá está, comprova-se que o álcool faz ver a dobrar. Aproveitei esse facto e disse-lhe que íamos atrás dos elefantes em bicicletas com rodinhas, de auxílio e como tal tínhamos de ir embora. Mais à frente, já nas ruas das esplanadas, foi necessário um esforço heróico para não tirar os pés dos pedais. "Porquê? Custa muito pôr os pés no chão?" Vocês são mesmo chatos. Não, não custa, simplesmente dá mais trabalho voltar a pedalar quando estamos rodeados de gente por todos os lados. Parece que éramos invisíveis, apesar das protecções todas que usávamos e do grito que o mendigo deu quando tentei saltar por cima dele e aterrei nos seus coisos. À parte disso, ainda pisei uns quantos pés e também duas mãos de um rapaz que já estava em coma àquela hora da noite. Já na Avenida da Liberdade, quando esperávamos pelo carro para irmos embora, vieram dois homens falar comigo. Só tinham uma coisa em comum: eram draga-minas (dá-na-fruta, arruma-aqui, ena-man-tá-a-bater-bue). De resto, eram completamente diferentes. Um era gordo que nem um chibo, o outro era mais magro do que um poste de sinal de trânsito. Um era africano, o outro era branco sujo por não tomar banho desde o último milénio. Um tinha uma trunfa para cima, o outro tinha o cabelo escorrido para baixo. Ah, e o branco sujo ainda tinha um top vestido para mostrar o umbigo. Como estava a dizer, vieram falar comigo e disseram: "Mano, não me arranjas uns trocos para comer?" Eu já sabia a frase de cor, só que estremeci quando ele disse "para comer". Quero dizer, vêm com ar de quem precisa de cavalo nos próximos dois minutos e dizem "para comer"? Pensam que eu sou parvo? Só por causa disso não lhes dei nada. Até porque também não tinha. "Epa, obrigado na mesma mano, obrigado, a sério." Primeiro: nunca se agradece quando não recebemos o que queríamos. Segundo: como é que eles me estavam a chamar "mano" se não me conheciam? E mesmo que conhecessem, seria impossível saberem quem eu era, porque um capacete integral e uns óculos de ski, juntamente com a armadura e afins, não dá para reconhecer ninguém, nem que fosse a Adriana Lima. Por falar nessa moça, ela está a chamar-me para lhe fazer uma massagem na orelha esquerda. Vou indo, que não se deixa pessoas feias à espera. Beijinhos na pedaleira da bicicleta do Carrefour que têm na arrecadação.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Um chimpanzé pode tirar gorilas do nariz?

Estava eu a tirar pipocas do nariz e a comer macacos enquanto via as notícias, quando me deparei com a seguinte: "Cavaco Silva interrompe férias para tratar dos fogos." Bom, ou é da mente parva do Engenheiro que estava ao meu lado, ou então não sei, mas a primeira ideia que vem à cabeça é o senhor Aníbal a pegar na senhora Primeira-Dama pelos tornozelos e a usá-la como se fosse um ramo de árvore, batendo com a sua cabeça no fogo. "Xô fogo, xô! Feio! Assim já não leva Wiskis saquetas! Bla bla bla bla" (a parte do "bla bla bla" não é por causa da piada do anúncio, mas sim porque a partir duma certa altura do discurso do Presidente o meu cérebro processa apenas isso. O quê? Outro parêntesis logo no princípio? Estou cada vez melhor, daqui a dois meses tenho de pagar 25% de IVA só por causa dos parêntesis. Sim, porque pelo andar da carruagem esse vai ser o valor do IVA daqui a pouco tempo. Posso fechar agora? Obrigado, finalmente posso fechar a boca. Estou à espera desde ontem com a boca aberta quando a minha mãe me estava a fazer um avião com uma garfada de arroz e foi atender o telemóvel. Ufa, já tinha cãimbras nos maxilares. Agora a sério, vou fechar. Viram? Fechei. Ainda não viram? Pois, isto agora é por satélite, está um bocado atrasado, deve estar quase.) Outra coisa interessante e que até está relacionada com os incêndios é a quantidade de água que se gasta. Senhores incendiários, vamos lá a ver se a gente se entende: para além dos milhares de hectares de floresta que destroem, as casas de pessoas que levaram uma vida inteira a construir e sustentar, as plantações que são a única maneira de subsistência de muitas famílias, ainda nos fazem gastar água. É que vocês devem pensar que a água cai do céu, de certeza! "Hum, Tiago... A água cai mesmo do céu..." Claro, e o Pai Natal também... Vão chatear o vosso primo Horácio, aquele que tem as unhas dos pés tão encaracoladas que confunde-se os pés com os sapatos do Aladino. Devem achar que eu nasci ontem, essa é boa! A água cai do céu... Esperem lá, realmente é verdade... É melhor mudar de tema, que acabei de fazer uma figura de urso ainda pior do que o normal. Por falar em urso, outro dia à conversa com uma amiga de longa data (devemos conhecer-nos há... Não nos conhecemos, é engraçado. Mas o prometido é devido, deve ser a única leitora assídua do meu blog, para além daqueles que são teimosos e dizem "Não perca o seu tempo com isto? Só por essa, vou ler este texto todo! É pena não ter bonecos, sempre era menos enfadonho."), iniciou-se uma argumentação acerca de um gorila e de um chimpanzé. Eu pergunto: o que será melhor? Um animal forte e grande mas, por causa da mãe natureza e da fast-food, é lento, ou um animal pequeno, não tão forte, mas ágil, que nos escorrega entre as mãos porque se besunta todas as manhãs e às quartas à tarde com manteiga de iaque? É que o grande pode tentar dar 247 murros na cabeça do pequeno, mas o fedelho pode fugir sempre. "Ah, então é melhor ser pequeno e ágil." Calma, que falta um pequeno pormenor: basta uma berlaitada bem arrefinfada pelo grande que o pequeno vai dar beijinhos ao Mickael Jackson. Ops, isto ficou um bocado a puxar para a realidade nos dois sentidos. Cortem esta parte. Na minha singela (e suprema, quem manda aqui sou eu, enquanto os meus pais e o meu gato não descobrirem que faço estes textos. Hoje estou a abusar nos parêntesis, deve ser por estar naqueles dias.), acho que mais vale ser pequeno, esperto e ágil e conseguir safar-me quase sempre do que ser uma coisa enorme mas muito trapalhona dos movimentos que de vez em quando consegue o que quer. O que é que quis dizer com isto? Não faço ideia, mas deve ser algo do género de David e o Golias. Nunca se deixem intimidar na vida pelas situações que parecem grandes demais para arcarmos nos ombros. Isso e as mochilas dos escuteiros, porque apesar de andarem de meia até ao joelho com a jarreteira a dar ao vento, carregam mochilas bem mais pesadas do que eu. Se bem que o meu peso não prova que as mochilas são pesadas. Beijinhos na terceira pedra da quinta fila da calçada da esquina da Rua do Carmo com a Rua Garret.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O rei da selva!

Olha quem são eles! Estão bons? Desviem-se da cadeira seus camafeus, estou a tentar falar com os peluches que têm no móvel atrás de vocês. Pronto, se não se querem desviar, tudo bem, eu continuo a ver o Canal Parlamento. Não, estou a brincar. Outro dia, à conversa com um grande Engenheiro (disse "grande" para mostrar que não é nenhum político. Hã, esta foi forte, não foi? Não a piada em si, mas o facto de abrir um dos meus famosos parêntesis logo no início do post. Sou mesmo o maior, ninguém me ganha. Só a minha avó é que consegue ganhar-me no braço de ferro, mas aí é injusto, porque eu uso os dois braços e a perna esquerda, enquanto que ela usa só um braço! Vou fechar agora. O bolso, claro, havia de ser o quê? Vá, já chega. De cerveja, claro. É agora.), veio o tema "leões" à baila. "Leões? És pouco gay és!" Não sou, mas vocês gostavam que fosse para poderem namorar comigo, que eu bem sei. Continuando, que é para isso que cá estamos, lembrei-me logo das coisas que sei sobre os leões e fiquei com inveja dos machos. Ora reparem lá: os leões, quer machos quer fêmeas, repousam entre 16 a 20 horas por dia. Como as mulheres demoram sempre mais tempo a tomar banho e a arranjarem-se, parto do princìpio que elas dormem as 16... Como? Ah, certo, já estou a confundir com a raça humana. "Bom, as leoas dormem menos do que os leões porquê?" Perguntem em voz alta, que não vos ouvi. Ah, assim está melhor. As leoas dormem menos do que os machos porque têm de tratar das crias e caçar. Exactamente, os senhores ficam a coçar a micose à sombra enquanto elas enfrentam; cheias de fome; temperaturas bem acolhedoras. "Oh Tiago, mas alguém tem de trabalhar, e se as fêmeas são sempre em maior número do que os machos, faz sentido serem elas a caçar." Sim, está bem, vocês é que sabem. A parte mais engraçada é que quando finalmente conseguem matar algum gnu, os excelentíssimos leões levantam as suas bilhas de 250 kg, aproximam-se e comem o que lhes apetecer. De seguida, vêem as 346342 crias e comem o que quiserem, até arrotar um osso das costelas do gnu. Depois de só sobrarem ossos, aí é que as leoas podem comer. É justo, não é? Faz lembrar uma certa religião em que os mais fundamentalistas também funcionam assim. Mas não vou falar de religiões, porque isso seria foleiro, cada um segue os ideais que quiser. Só um pequeno pormenor: quem não seguir a mesma religião que eu, é pacóvio. É isso e o futebol. Por falar nesse belo desporto, faltam poucos dias para ser possível contar o número de polícias que há no nosso país, porque felizmente os adeptos de futebol portugueses não são nada fanáticos nem arruaceiros. Os polícias só vão para os estádios porque querem ver os jogos à borla, pois claro. Devem achar que eu sou parvo, a mim é que não enganam. Antes de me despedir, porque vou-me suicidar e nunca mais me vão ouvir (eu escrevo, logo nunca me ouvem), queria pedir aos grandes incendiários que se fabricam neste país que pegassem fogo ao Monsanto para que as moças deixassem de ficar à beira da estrada, que aquilo faz-me um bocado de confusão. Como dizia o outro "Get a room!" Bom, e agora vou sair porque tenho um encontro marcado com uma leoa na mata do Monsanto. Tenho de ir já porque ela acordou das horas de repouso há algum tempo, e não quero chegar lá e apanhá-la a dormir outra vez. Beijinhos nas árvores que ainda não arderam.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

The roof the roof the roof is on fire!

Deixem-me só colocar a minha prótese da perna direita, que sem ela não consigo escrever, e já vos digo qualquer coisa. "Ah, mas estás a escrever!" Não, falso, estou a falar e o computador a passar para letras. Pois é, a tecnologia é tramada. No meu tempo, era com uma pena e um pergaminho, e é se queria namorar por correspondência com uma gorda de buço a fazer-se passar pela Condessa boazona da Flandres. Se nessa altura houvesse webcams por pombo-correio, eu não tinha perdido 3 anos da minha vida e 7 cabeças de gado a tentar que o pai dela me desse a sua mão em casamento. A única coisa positiva é que no dia do casamento comi lombo de vaca no espeto, e aviso já que não foi no copo de água, mas sim na lua de mel. Bem, visto que sou um tipo bastante bem parecido dos pés para baixo... Estou a exagerar? Ok, também sou espectacular da cabeça para cima, mas só até à estratosfera, que a partir daí já pertence a Deus. Continuando, vamos ao tema de hoje, que é... Não sei. Vou ficar aqui sentado até o tempo de antena acabar. "Oh esperto, se ficares sentado, não vai aparecer nada escrito." Bem visto. Então, se calhar, vou falar mal de alguém, só para variar um bocadinho. Vou escolher aleatoriamente, juro. Olha, Miguel Sousa Tavares. Não digo o Doutor Miguel Sousa Tavares, nem Professor Miguel Sousa Tavares, nem mesmo Engenheiro Miguel Sousa Tavares, porque nunca percebi o que é que ele faz, além de seguir as pisadas da mãe, que foi uma escritora inigualável. Eu não tenho nada contra o senhor, simplesmente não percebo porque é que é tão idolatrado na TVI. Desculpem, disse uma asneira no texto, não deu para evitar, TVI! Ops, outra vez. Se o Primeiro-Ministro promulga uma medida, o sôr Miguel comenta com a sua voz sensual e com um dos braços esticados e a fazer um ângulo de 27,6º com a horizontal, apoiando a mão correspondente na mesa da TVI. Bolas, hoje estou mesmo asneirento. Se um economista estrangeiro diz que Portugal vai entrar em bancarrota, aí vem o salvador da pátria dizer o que acha. Se o Porto contrata um jogador vindo da América do Sul, adivinhem quem é que está em estúdio para comentar? Ora nem mais. Não tenho nada contra o Miguel Sousa Tavares, simplesmente acho estranho ele poder dar a sua opinião acerca de tudo para o país inteiro e eu não. Ah, esperem lá, se calhar até tenho mais audiências aqui no blog do que o Jornal da... Quase que me descaía outra vez. Malditos comprimidos para as dores menstruais. Se há um incêndio de grandes proporções (ainda bem que este ano ainda não houve nenhum em Portugal nem na Rússia, bem como não houve cheias nos seus vizinhos. Seria estúpido, um país a arder e os do lado com água até ao pescoço do Saviola, ou ao meu umbigo. Outro parêntesis desnecessário mas que eu adoro. Se calhar vou fechá-lo agora. Hum, ainda não, está calor e se fechar fica abafado. Era uma vez...), adivinhem quem é que vem comentar? Quem? Errado! Desculpem que vos diga, mas ele tem ar de quem gosta de mandar os 68 cigarros que fuma por dia para o chão. E como é escritor, tem de ter uma casa no campo. Ao ter uma casa no campo, é muito provável pegar fogo ao quintal dele e deixar alastrar enquanto tenta salvar o portátil onde tem vários projectos de livros em construção. É por estas situações que 90% dos 30 ziliões de incendios que houve este ano em Portugal são de causa humana directa. Faço um apelo aos três leitores e meio deste blog: preservem a Natureza! Agora vou só ali fazer um incêndio e já venho. Beijinhos nos fósforos que estão ao lado do esquentador.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Yo no quiero agua, yo quiero bebida!

Olá coisinhas mais lindas do tio. Estão boas? Muitas prendinhas neste Natal?... Ainda não é Natal? Comigo há Natal várias vezes por ano, porque quando tento meter conversa com meninas jeitosas respondem-me sempre "E esta noite o Pai Natal também te vai deixar umas prendinhas, já que estás cheio de sorte." Estava eu a ver o canal caça e pesca quando me veio á cabeça um assunto que é sabido pela maioria das pessoas. Pois, menos por esse senhor que está a calçar as meias brancas com o desenho da raquete. "Oh Tiago, cala-te e desenvolve!" Mau, temos o burro nas couves. Se me calar, como é que posso desenvolver? Ainda não fiz uma traqueostomia para poder falar de boca fechada. Bom, vamos lá a ver se tenho de me chatear. O tema de hoje é o assédio, principalmente nas discotecas. Há várias maneiras de conseguir levar uma pessoa para fora do recinto e fazer-lhe o que vos apetecer. Têm papel e caneta? Então deitem fora, que isto não é nenhum curso "Como conseguir raptar e/ou violar pessoas", é apenas um alerta. Há varias formas. Uma delas é a clássica substância esquisita dentro do copo pousado. Meninos e meninas, nunca pousem o copo, está bem? E se alguém vos oferecer uma bebida, nunca aceitem, a não ser que se dirijam até ao balcão com essa pessoa para pedir a bebida ou a não ser que seja eu a oferecer-vos. Mas nesse caso, é bom que não tenham umas belas curvas, porque senão vão acordar numa cama que não conhecem. Ou não. Outra maneira de raptar alguém é parecida com o que vos acabei de contar, diferindo apenas no facto de não haver nenhuma substância. "Oi?" Pouco barulho, eu é que sei, suas Amélias do Burkina Faso. O truque é embebedá-la oferecendo bebidas a toda a hora, sem a deixar respirar, até que entra num estado em que tudo tem piada e é só metê-la ao ombro tipo saco de batatas e levá-la para casa num BMW preto. Sim, tem de ser esse carro, caso contrário não funciona. Também podem mostrar um cartão da Marinha falsificado e dizer que são da ASAE num bar das docas de Porto Santo, e perguntar se a morena tem namorado. Houve um chefe que se lembrou de me fazer isso, e acabou a pedir-me desculpas com o rabo entre as pernas e a passar-me uma nota de 20 euros para a mão, para pagar uma rodada ao pessoal. Para quem não saiba, a morena não é minha namorada. Já agora, se a moça que estiver a ler isto for gira, esbelta, simpática, educada e saiba lavar roupa à mão, que me contacte para podermos discutir os termos do contracto. Beijinhos atrás da orelha esquerda, porque se esqueceram de pôr perfume atrás da direita.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Cúmulo do azar em pessoa?

Quem é que não gosta de andar semanas e semanas a preparar uma viagem, a comprar as passagens de avião, as de barco, e o diabo a sete, e dois dias antes tem uma intoxicação alimentar? Falemos (hipoteticamente) da minha querida e amável pessoa. Com mais de um mês de antecedência, começava a falar com os amigos sobre o facto de ir de férias até uma bela ilha no Atlântico, até que cerca de 10 dias antes arrotava 47543 gaziliões de contos nos bilhetes de avião e mais um terço e meio desse valor no bilhete de barco. Não esquecendo o dinheiro para alugar a casa, para a comida e para as moças do bar de alterne, ainda dá uma quantia próxima daquela que o BPP comeu aos clientes... por cada hora. Bem, estando tudo tratado, continuemos a imaginar, eu lembrava-me de fazer três refeições muito saudáveis: McDonalds, pizza e McDonalds. A sorte é que por estar frio não me faria mal nenhum. Bolas, assim estrago a ideia. Ok, imaginemos que apesar de tudo, a comida fazia-me mal, dois dias antes de apanhar o avião. Diarreias (em 1 hora perdia o peso que tinha demorado 1 ano a ganhar), dores de barriga insuportáveis e dores no peito que não deixavam respirar. Já experimentaram estas sensações? Eu também não, porque estou a contar uma história hipotética, ninguém tem tanto azar assim. Mas acredito que a sensação seja parecida com ter uma bigorna daquelas que víamos no Beep-beep e coyote em cima do peito e as bombas de dinamite na barriga. Enfim, no dia da viagem, e estando literalmente todo estragado por dentro e por fora, ainda faria uma visita aos lavabos do terminal 2 do aeroporto, entrando depois no avião, sem antes porém ficar com o número de duas hospedeiras de bordo bem jeitosas que por lá passeavam. Já dentro da aeronave, e depois de apagar-se a luz do cinto de segurança, a tripulação lembrar-se-ia de distribuir para almoço uma coisa parecida com salmão cru recheado de cebola frita, tudo dentro de uma pequena baguete de qualidade... duvidosa. Na aterragem, e visto que eu estaria perfeitamente bem disposto, Deus lembrou-se de fazer ainda mais vento na pista de aterragem já conhecida por ser ventosa e difícil. Resultado: velhotas emitiriam gritinhos, outras pessoas benziam-se, outras fingiam dormir para não mostrar o medo, e eu estaria branco como a Casa da Música (que raio de comparação, eu sei). No fim, e depois de verificar que não estaria morto, por ter quase a certeza que a asa esquerda do avião tinha lavrado a terra ao lado da pista de aterragem, ouviria todos os passageiros a bater palmas e a felicitar o piloto. Daí a umas quantas horas, estaria no barco, em alto mar, que não me enjoaria de maneira nenhuma. Chegando ao destino, comeria 3 bolachas maria do pingo doce e uma russa bem jeitosa, e ficaria a tarde toda mal-disposto. É o que dá comer coisas que têm por alimentação base vodka com vodka. Á noite, todos a comerem batatas fritas e comidas saudáveis e nada saborosas, enquanto eu teria uma canja de galinha como manjar. Pena é que duraria apenas 3 minutos e 42 segundos, porque a seguir eu teria vontade de dar a prová-la ao chão de cimento ao lado do jardim e também ao jardim em si. Relembro que isto é apenas um "suponhamos". Á noite, após voltar da farmácia de serviço, iríamos a um bar, em que graças aos comprimidos eu adormeceria 57,3 vezes enquanto continuava a cantar músicas dos anos 80, até que estragava a noite ao pessoal todo por ter de voltar para casa. Eles iriam até à discoteca à mesma, mas eu repararia nos seus olhares que lhes estaria a estragar a noite. Graças a Deus que nada disto aconteceu. Beijinhos a todos no estômago, a ver se essa má disposição passa de vez.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

We all live in yellow submarine!

Pois é, caros ouvintes. Ora bolas, vocês não são ouvintes, são leitores. Ainda por cima dos fraquitos, ainda precisam de usar o dedo para não se perderem no texto e lêem silaba a sílaba. A sorte é que algumas leitoras das minhas parvoíces são moças bastante bem parecidas, e então vão safar-se na vida profissional na mesma. Bom, vamos ao que (não) interessa. Como todos devem ter visto nas notícias, ou ouviram o Zé da tasca contar, o nosso poderoso país vai receber nos próximos dois anos, não um, não três, não vinte e sete, mas sim dois submarinos, pela módica quantida de 513 milhões de euros cada um. Nesta altura, há três possibilidades de opinião do povo: "Acho muito bem, apesar de ser um grande investimento, nunca se sabe o dia de amanhã. Os submarinos são essenciais para um estado de guerra."; "Pelo amor de Deus, para que é que queremos os submarinos? Que desperdício de dinheiro! Não os vamos usar porque ninguém sabe que o nosso país existe e muito menos iriam entrar em guerra connosco!"; "Quero lá saber, desde que os subsídios para ficar em casa a coçar o dedo mindinho do pé esquerdo continuem a cair-me na conta, eles que comprem o que quiserem.". Agora vocês perguntam: "Tiago, qual é a tua opinião?"... Perguntem em voz alta, com mil raios, que assim não vos oiço! Agora já ouvi, menos aquele fulano que está entretido a limpar o salão à frente de toda a gente. Pois, a minha opinião é... Não tenho opinião formada. Por um lado, é um grande investimento, talvez desnecessário nesta altura tão má em que nos encontramos. Se fosse lá mais para o Inverno, acho que seria melhor, porque já ninguém ia gastar nos aparelhos de ar-condicionado e sempre sobrava algum para ir ali ao Freeport e comprar um submarino a preço outlet. Outra questão que me atormenta é se haverá tripulação da Marinha Portuguesa que saiba trabalhar bem com os bichos. É que quando uma pessoa não sabe conduzir um automóvel ligeiro, tem aulas de condução com um automóvel ligeiro e, quando adquire a carta de condução, normalmente arranja um carro baratinho para poder espetar-se a toda a hora sem doer muito no bolso, para que mais tarde possa conduzir sem estragar o Mercedes que o papá tem reservado para o menino. Calculo que com os submarinos, não será bem assim. Vão passar dos velhos, que tiveram de ser deixados de usar por motivos de segurança devido ao estado de degradação, para os topo de gama. Um submarino é sempre um submarino, mas como em tudo na vida, não há dois submarinos iguais. Por isso, peço à Marinha Portuguesa, com todo o respeito, que ordene o afundamento de todas as ilhas desde o Cabo da Roca até ao continente americano para ter espaço de manobra para treinar a tripulação com as máquinas novas. E nada de fazerem corridas como na Ponte Vasco da Gama, senão levam multa. Por outro lado (sim, só agora é que acabei a parte do "por um lado", seus morcegos do Burundi), acho desnecessário ter dois submarinos no valor conjunto de mais de mil milhões de euros (1.000.000.000 euros) enquanto há pessoas neste país que têm de fazer esforços herculeanos para não passar fome. E há quem passe, infelizmente. Isto deve ter sido a única coisa séria que escrevi neste antro de parvoíce. Por falar na vossa melhor característica, e em jeito de despedida, queria dizer duas coisas acerca do concurso de moda que dá na SIC. A primeira é que há pessoas que, ou vão ao concurso na desportiva e no gozo, ou então os espelhos lá em casa só servem para ver se o cotão no umbigo já mudou de cor. A outra coisa que quero dizer, não quero dizer. Confuso? Não, é simples. Não quero dizer, mas sim apelar. Peço à senhora Fátima Lopes, que é uma grande estilista como toda a gente sabe, que arranje melhores maneiras de dizer que as raparigas não têm as medidas que ela procura numa modelo. É que ao dizer a uma moça de 16 anos com 1,80m e 55kg que tem as ancas muito largas e o rabo muito grande, a única coisa que vai conseguir é que a jovem entre em depressão e deixe de comer. Olha, disse outra coisa séria. Vocês devem estar a pensar porque raio é que eu vi esse programa, ao Domingo à noite. Três razões: O Bruno Nogueira está de férias, o comando ficou sem pilhas e moçoilas de biquini. Talvez por outra ordem. Beijinhos nas vossas bolinhas de cotão fofinhas.

domingo, 1 de agosto de 2010

Eh Ti Manel!

Ainda ontem um dos muitos jornalistas que me perseguem a toda a hora perguntou-me como é que consigo escrever com tanta frequência. É fácil, ou acham que é difícil escrever coisas idiotas e sem sentido? Até o Cristiano Ronaldo é capaz disso. Pensando bem, só quando está no Real Madrid, porque na Selecção diz para perguntar o que quer que seja ao Carlos Queiroz. Já este grande treinador não consegue articular uma frase sem recorrer ao uso da expressão "aaah" para ganhar tempo. Ou então é apenas por ser burro que nem uma bota da tropa no que toca ao futebol, porque acredito que seja muito bom a Geometria, senão não o tratavam por "Professor". "Ó Tiago, se vais falar de futebol, vamo-nos já embora!" Fiquem comigo, meus lindos, porque não vou falar disso. Vou antes abordar um tema que toda a gente gosta: patinagem artística. Lá estou eu a meter-me convosco. Agora a sério. Já experimentaram passar pelas aldeias do interior do país (para mim, de Mafra para cima já é interior, apesar de haver litoral na mesma. Não me interessa, o blog é meu, por isso digo o que quiser. Se me apetecer, até posso dizer que os Estados Unidos metem-se em tudo e acabam por levar na bilha. Esperem lá, por acaso isto é verdade. Cortem esta última parte. Não dá?! É em directo? Ora bolas. E o parêntesis, posso fechar? Obrigado.) e meter conversa com a velharia que está sempre sentada à porta de casa, ou ao lado das fontes, ou no café? Primeiro, tento sempre a minha sorte chamando aos senhores "Ti Manel" e às senhoras "Ti Jaquina". Costuma correr bem. Depois, se quiser saber o caminho para algum sítio, pergunto sempre aos grupinhos, para vê-los a discutir e cada um a dizer qual é o melhor trajecto. Está-se mesmo a ver que no fim fico a saber ainda menos do que aquilo que sabia antes de perguntar e acabo por ir dar a vossa casa. Sim, que eu sei que vocês moram em cabanas isoladas nos montes, ligadas por túneis, e fazem sabe-Deus-o-quê uns com os outros. Pois, agora negam, mas daquela vez agarraram-me, arrastaram-se até uma das vossas casas, amarraram-me e fizeram-me coceguinhas durante quatro horas. E, por último, puxo conversa cujos temas se resumem a política, futebol e moças jeitosas. Na política, insultam todos, até os das suas ideologias. No futebol, começam á pancada uns com os outros e acabam por concluir que a melhor equipa é a lá da aldeia, que joga no recinto dos bombeiros aos domingos à tarde. Quando começam a falar das moças, ou adormecem, ou têm enfartes. E é aí que lhes roubo os cheques das enormes reformas que têm e venho-me embora, até me perder com as indicações que me deram e sou apanhado por vocês naquela estrada onde está aquele pinheiro. Não é o pinheiro ao lado do outro pinheiro, esse não fica aí. Bem, vou regar com o meu chichi o pinheiro que raptei no outro dia. Beijinhos na nuca.