Quem é que não gosta de andar semanas e semanas a preparar uma viagem, a comprar as passagens de avião, as de barco, e o diabo a sete, e dois dias antes tem uma intoxicação alimentar? Falemos (hipoteticamente) da minha querida e amável pessoa. Com mais de um mês de antecedência, começava a falar com os amigos sobre o facto de ir de férias até uma bela ilha no Atlântico, até que cerca de 10 dias antes arrotava 47543 gaziliões de contos nos bilhetes de avião e mais um terço e meio desse valor no bilhete de barco. Não esquecendo o dinheiro para alugar a casa, para a comida e para as moças do bar de alterne, ainda dá uma quantia próxima daquela que o BPP comeu aos clientes... por cada hora. Bem, estando tudo tratado, continuemos a imaginar, eu lembrava-me de fazer três refeições muito saudáveis: McDonalds, pizza e McDonalds. A sorte é que por estar frio não me faria mal nenhum. Bolas, assim estrago a ideia. Ok, imaginemos que apesar de tudo, a comida fazia-me mal, dois dias antes de apanhar o avião. Diarreias (em 1 hora perdia o peso que tinha demorado 1 ano a ganhar), dores de barriga insuportáveis e dores no peito que não deixavam respirar. Já experimentaram estas sensações? Eu também não, porque estou a contar uma história hipotética, ninguém tem tanto azar assim. Mas acredito que a sensação seja parecida com ter uma bigorna daquelas que víamos no Beep-beep e coyote em cima do peito e as bombas de dinamite na barriga. Enfim, no dia da viagem, e estando literalmente todo estragado por dentro e por fora, ainda faria uma visita aos lavabos do terminal 2 do aeroporto, entrando depois no avião, sem antes porém ficar com o número de duas hospedeiras de bordo bem jeitosas que por lá passeavam. Já dentro da aeronave, e depois de apagar-se a luz do cinto de segurança, a tripulação lembrar-se-ia de distribuir para almoço uma coisa parecida com salmão cru recheado de cebola frita, tudo dentro de uma pequena baguete de qualidade... duvidosa. Na aterragem, e visto que eu estaria perfeitamente bem disposto, Deus lembrou-se de fazer ainda mais vento na pista de aterragem já conhecida por ser ventosa e difícil. Resultado: velhotas emitiriam gritinhos, outras pessoas benziam-se, outras fingiam dormir para não mostrar o medo, e eu estaria branco como a Casa da Música (que raio de comparação, eu sei). No fim, e depois de verificar que não estaria morto, por ter quase a certeza que a asa esquerda do avião tinha lavrado a terra ao lado da pista de aterragem, ouviria todos os passageiros a bater palmas e a felicitar o piloto. Daí a umas quantas horas, estaria no barco, em alto mar, que não me enjoaria de maneira nenhuma. Chegando ao destino, comeria 3 bolachas maria do pingo doce e uma russa bem jeitosa, e ficaria a tarde toda mal-disposto. É o que dá comer coisas que têm por alimentação base vodka com vodka. Á noite, todos a comerem batatas fritas e comidas saudáveis e nada saborosas, enquanto eu teria uma canja de galinha como manjar. Pena é que duraria apenas 3 minutos e 42 segundos, porque a seguir eu teria vontade de dar a prová-la ao chão de cimento ao lado do jardim e também ao jardim em si. Relembro que isto é apenas um "suponhamos". Á noite, após voltar da farmácia de serviço, iríamos a um bar, em que graças aos comprimidos eu adormeceria 57,3 vezes enquanto continuava a cantar músicas dos anos 80, até que estragava a noite ao pessoal todo por ter de voltar para casa. Eles iriam até à discoteca à mesma, mas eu repararia nos seus olhares que lhes estaria a estragar a noite. Graças a Deus que nada disto aconteceu. Beijinhos a todos no estômago, a ver se essa má disposição passa de vez.
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