quarta-feira, 18 de agosto de 2010

BMW: Pelo prazer de conduzir.

Sim, guarda isso aí. Não, na prateleira de cima. Gente burra é assim, já não se arranja escravos como antigamente. Comprei este no chinês e não vale grande coisa. Ao fim da primeira semana tive de mudar as pilhas e soldar dois fios ao pé do pâncreas. Ficou um cheiro a porco queimado que não se podia, deu-me uma fome dos diabos e fui logo fazer uma sandes de courato com milho e alho francês. Ora bem, vamos lá ao tema de hoje, que não tenho a vossa vida. Sim, que vocês acordam ao meio dia, comem pizza do dia anterior, vão para a praia, voltam com um escaldão porque protector é para nabos, encomendam duas pizzas, comem só uma, vão para o café à hora do costume, e acabam por ir para o bairro alto, que aquilo bate todos os dias e é bué de baril. Não sabem é como voltam, porque adormecem na calçada e acordam na vossa cama sem roupa interior. Hum, sinistro. Bom, continuando, ou melhor, começando. Estava eu muito descansadinho a voltar da reunião secreta para tomar posse da Junta de Freguesia da Chamusca de Cima à Direita, juntamente com dois membros do clube, quando as duas aventesmas se lembram de regar as plantas. Eu, que tenho a mania que sou mais esperto que o Marcelo Rebelo de Sousa aos sábados à tarde, decidi continuar a minha caminhada e eles que corressem quando acabassem a rega. Ao virar a esquina, deparo-me com um bmw preto de vidros fumados ,parado, com matricula inglesa. Pensei que fosse o Ramires com um amigo, mas depois lembrei-me que o rapaz não conduz, porque vai a correr até onde precisar. Ao atravessar a rua, ligaram o carro e vieram na minha direcção. Avisei os outros de maneira discreta, conseguindo não acordar dois velhinhos que moram na ponta oposta do bairro, e voltei para o outro lado da estrada. Decidimos andar um bocadinho mais rápido, porque estava a ficar frio e ainda apanhávamos uma constipação com o vento nas costas. O carro deu a volta e veio atrás de nós, sempre em marcha lenta. Quando parávamos para atar os sapatos ou para comer folhas dos pinheiros (dizem que faz bem aos dentes e ao hálito. Achavam que não ia abrir um parêntesis? Eu sou um homem de palavra, duvidosa, mas pronto, é o que se arranja. Tenho calor na barriga e frio no resto do corpo. Preciso que o meu escravo do chinês me segure o portátil longe do corpo e que me aqueça os pés com paninhos quentes. É bom que tenha quatro braços, senão corto-lhe uma orelha para a sandes do lanche da manhã. Estamos fechados para balanço.), o carro também parava. Quando fugíamos de uma traça, eles também aceleravam. Por fim, decidimos, por telepatia, fazer uma corrida de velocidade até casa, e o carro também quis. Ainda conseguiu entrar no estacionamento, mas depois desistiu por falta de espaço de manobra, enquanto nós entrávamos no prédio e eu abria a porta de casa a tremer, por causa do café que tinha bebido há três semanas atrás. E foi assim o meu serão, normalíssimo. A única coisa estranha foi uma folha de uma árvore que me pareceu olhar de maneira esquisita, cá para mim queria raptar-me e tirar-me os órgãos para tráfico. Bom, beijinhos no pâncreas, se não forem escravos do chinês. Se forem, tenham cuidado com o fusível que está no dedo grande do pé esquerdo, que mais dia, menos dia, vai dar o berro. No chinês do Martim Moniz arranjam isso por 3 euros.

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