Desculpem lá, mas não têm vergonha? Já não tenho direito à minha privacidade? Estou eu descansadinho no meu sofá e a fazer festinhas ao meu caracol de estimação e vocês aí a espreitar, parecem as velhas da minha rua à janela. Não! Não se vão embora! Fiquem aqui comigo, que o caracol já adormeceu e a Heidi Klum está a fazer o jantar. Bom, vamos falar de algo que todos gostaram de ver. E não digam que não viam, porque é mentira. Toda a gente, de uma certa geração, viu. Não estou a falar dos Morangos com Açúcar, parem de me atirar pedras da calçada à cabeça. Mas, vendo bem, dava no canal em que essa comédia passa actualmente. Querem que desembuche? Está bem, hoje como estou bem disposto, não refilo. Lembram-se do Batatoon? Claro que se lembram, nem faziam os trabalhos de casa de matemática só para verem o programa. Era apresentado pelo Batatinha e pelo Companhia, mas a certa altura o segundo espetou umas batatas no primeiro e foi fazer companhia ao Zé da esquina. Mas antes de haver a separação, o programa tinha audiências esmagadoras. Uma das coisas que mais me fazia confusão era quando mandavam o presente para casa da criança que participava no concurso pelo telefone. Como é que era possível enviar algo a partir de uma câmara de filmar até nossa casa? A principio diziam que recebíamos pela televisão, mas a partir de uma certa altura já era pelo vídeo. E quem não tivesse vídeo? Tinha de ir levantar aos correios, querem ver? Era só o que faltava! Ria-me a bandeiras despregadas e entornava o meu leite com chocolate quando o Batatinha perguntava "Então Asdrúbal, já recebeste o presente aí em casa?" e a criança respondia com aquela voz aguda e inocente "Ainda não...". O senhor palhaço insistia "Ah, e agora?", o que fazia a criança ainda mais triste por pensar que tinha de deitar fora a televisão, já que devia estar estragada por não receber o presente. Agora que estou a pensar, para além de segurar o bolo enquanto se cantava "Os parabéns" na versão do Batatoon (ainda hoje essa música assombra-me nos piores pesadelos... "Bolo e laranjada, muitos doces para ti! É o teu aniversário, vamos festejar, os amigos estão aqui! Mil felicidades e amor no coração..." Boa, agora fiquei com ela na cabeça. O que me safa é que vocês também ficaram a cantarolá-la e vão andar assim até ao resto da semana. Querem que feche? Hoje estou um coração-mole, vou fazer o que me pedem.), não me lembro de ver o Companhia a fazer mais nada... Ah, também se punha no meio das crianças que estavam a assistir. Hum, cá para mim foi por isso que deu na tromba ao Batatinha, ele não o deixou... com a filha dele... Estão a ver? Bem, isto já sou eu a entrar nas suposições. Também suponho que 90% das pessoas que lêem este blog vestem mal de cara e não ando para aí a dizer a toda a gente. Só digo à Heidi e à Adriana. Não, agora a sério, o que interessa é o interior das pessoas, não a beleza exterior. Exacto. E uma pessoa feia por fora mas bela por dentro, com o passar do tempo torna-se linda. Claro, estou mesmo a imaginar apaixonar-me pela Maya. Por falar em Maya, já me cheira a costeletas de porco assadas, está na hora de ir jantar. Beijos na espécie de parafuso que o Companhia tinha na cabeça.
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