sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Vai um rebuçado?

Porque é que me aparecem nesses preparos? Nunca vos disseram que misturar quadrados com riscas fica mal? Estou tramado convosco, não têm qualquer noção de moda, estão mesmo desactualizados. Deixem-me só ir ali colocar o meu chapéu de côco no cabide e já volto a falar... Pronto, estou de volta. Esta era a parte em que eu começava a desenvolver um tema qualquer sem sentido, mas deu-me uma branca. Se calhar vou coçar as costas com um ralador de queijo enquanto me tento lembrar do que vos queria dizer... Ah, já me lembro! Ia eu no comboio super-chique da linha que uso todos os dias úteis e inúteis, quando se sentou à minha frente uma pessoa. "Uau! Quem diria que uma pessoa se sentaria à tua frente?" Engraçadinhos, havia de vos cair uma bigorna no pé direito, e enquanto o agarravam com dores, passava uma betoneira por cima do esquerdo. Bem, esse individuo tirou um rebuçado do bolso e desenrolou-o com os dentes. Ao ver aquilo, veio-me logo à cabeça uma pergunta: como é que se enrolam os rebuçados? Não respondam que são máquinas enormes, em fábricas gigantes, que enrolam dois milhões de rebuçados por segundo, porque assim não tem piada. Imaginemos, hipoteticamente (e hipopoticamente, que os bichos também têm direito), que é um desgraçado qualquer no Paquistão que embrulha rebuçados 16 horas por dia a troco de comida e de uma manta com 27 buracos. Pega no rebuçadinho, pega no papelinho, e faz um embrulho de maneira rápida e eficaz. Coitado, deve dar um trabalho desgraçado, e quando fica mal embrulhado tem de o desembrulhar com cuidado para não ficar tudo peganhento, porque no Paquistão o tempo é um bocadinho mais quente do que aqui. Enfim, tem uma vida de cão. Nós, da civilização, vamos ao super-mercado, compramos um pacote grande de rebuçados e comemos aquilo à bruta, sem repararmos nos embrulhos tão bem feitos e que tanto trabalho deram. Pegamos num rebuçado e cá vai disto, arrancamos o papel como o Governo nos arranca o dinheiro. Ah pa, quase que conseguia fazer um post inteiro sem falar mal dos políticos. Mas, vendo bem, não disse nada de difamatório, só relembrei que qualquer dia temos de pagar para trabalhar. "Porque é que gostas tanto de falar mal do Governo?" Eu não gosto de falar mal apenas do Governo, mas sim de toda a gente. Como não vale a pena referir que esse nariz parece uma picareta e essas orelhas são diferentes uma da outra, falo mal de outras coisas. Bem, vou indo, que o taxista já está à minha espera. Adeus, e cuidado com as pessoas que andam à vossa frente a apontar perigosamente o guarda-chuva às vossas partes privadas.

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