quarta-feira, 28 de julho de 2010

Lavem as mãos, esse gesto resolve muita coisa.

Hoje não há introduções, que eu estou cheio de frio e não sinto a ponta dos dedos. Deixem-se só calçar as luvas e apertar o cachecol e podemos continuar. Já está, ora cá vamos nós. Quantos de vocês vão no metro, ou no comboio, ou no autocarro, ou num bar de strip, e agarram-se ao ferro, também conhecido por varão? Exacto, todos os que disseram "Sim, eu agarro-me, e depois?" Relaxem, não há problema nenhum nisso, cada um agarra-se às formas que mais gosta. Pois, agora digam que não sorriram com o que eu disse. O problema é que todos se agarram ao varão. O estudante agarra-se, o empresário agarra-se, o velho agarra-se, o mendigo agarra-se, o punk agarra-se, o beto agarra-se, o draga-minas (o dá-na-fruta, o arruma-carros-para-comprar-coiso) agarra-se, vocês agarram-se. Eu por acaso não me agarro, seguro-me com a cabeça naquelas coisas penduradas no tecto que fazem um barulho bastante irritante. Já estão a ver onde quero chegar? Toda a gente se agarra lá. Quando chega a vossa vez, já lá estão restos de suor, de chichi, de cocó, de vestígios biológicos (não vou explicar, quem perceber percebeu, quem não perceber que fosse mais culto, em vez de andar no Facebook que vá ver coisas onde perceba que fluidos são esses... Quero dizer, é melhor ficar-se pelo Facebook, senão depois tenho de ser eu a explicar aos papás porque é que o menino ou a menina estava a ver filmes do amor nu e cru. E cá está, mais um enorme parêntesis vindo do nada e para nada. Se calhar fechava agora. Não, ainda é cedo. Quero o número de telemóvel da menina loira e gira que está a ler neste momento. "Vá Tiago, fecha lá, já não está a ter piada." Bem, então só fecho quando estiverem a rir. Como é que se deixa um maricas na dúvida? Conto-vos amanhã.) e vocês agarram-se ao varão como se fosse de ouro, só para não caírem em cima da moça de peitos avultados que vai ao vosso lado. Enfim, acho que nem é preciso dizer o que vocês são. Quando saem do metro, ou do transporte em questão, esquecem-se que estiveram agarrados ao belo do ferro cheio de tudo o que é possível e que nunca é limpo, e acabam por meter os dedinhos na boca, ou coçam o olho, ou coçam outras coisas que contribuem para a viscosidade do varão. A conversa está a ficar um bocadinho feia, admito. A culpa é vossa. Se tivessem a minha altura, não precisavam de se agarrar ao ferro, apoiavam a cabeça nas coisas do tecto, e assim não havia varões sujos. Ou então iam para ministros e tinham motorista privado, assim já podiam andar a abrir na Avenida da Liberdade sem vos acontecer nada. Bem, podiam ter o azar de vir outro carro com alguém importante e espetarem-se, mas isso é muito raro. Só se vocês derem a ordem é que o motorista acelera, caso contrário respeita todas as regras. Se isto vos fizer lembrar algum caso de um acidente grave, não se preocupem, estou mesmo a criticar os "passageiros" desses dois automóveis. A sorte é que eram um Citroen AX e um Opel Corsa dos antigos, por isso não iam muito rápido. Por falar nisso, vou buscar a panela de água quente para despejar no pára-brisas do meu, porque o gelo desta noite ficou bem agarrado.

2 comentários:

  1. Bem ora cá vai o meu primeiro comentário ao teu grande blog (ou não... Mas isso já são outros quinhentos.) acho que os teus textos não conseguiam ser mais pobres a nível de conteúdo, trocando por miúdos (e atenção não são os da Casa Pia... Seu malandro já estavas a pensar!)o conteúdo é uma constante = 0.

    Mas como te conheço bem o intuito não é por coisas com conteúdo, mas sim soltares a escrita e fazeres com que os leitores se riam (ou não...) e nesse ponto acho que estás no bom caminho. Desejo-te a maior porcaria para este blog. E espero que venha mais alguém comentar isto é que tenho medo do escuro.

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  2. Se tens medo do escuro, anda cá que eu cubro-te, sua caracoleta da somália.

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